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60% das cidades não têm principais órgãos públicos, diz IBGE

Moradores precisam se deslocar para conseguir acesso aos serviços de órgãos como INSS, Secretaria da Receita Federal e Tribunais Regionais do Trabalho


	Atendimento do INSS: dados do levantamento mostram que apenas 39,6% dos municípios brasileiros podem ser considerados centros de gestão pública
 (Antonio Cruz/ABr)

Atendimento do INSS: dados do levantamento mostram que apenas 39,6% dos municípios brasileiros podem ser considerados centros de gestão pública (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 18h48.

Rio - Mais de 60% dos municípios brasileiros não possuem qualquer posto de atendimento dos principais órgãos públicos federais do país.

Os moradores precisam se deslocar aos municípios vizinhos para conseguir acesso aos serviços de órgãos como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Secretaria da Receita Federal e Tribunais Regionais do Trabalho.

A informação foi levantada pela pesquisa Redes e Fluxos do Território: Gestão do Território, divulgada nesta quarta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dados do levantamento mostram que apenas 39,6% dos municípios brasileiros podem ser considerados centros de gestão pública, o que significa que os outros 60,4% não possuem nenhuma representatividade ou ficam totalmente de fora da estrutura de ligação entre importantes instituições públicas nacionais.

O estudo analisou apenas a presença em território brasileiro de órgãos federais com considerável capilaridade: IBGE, INSS, Justiça Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria da Receita Federal, Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Regionais do Trabalho.

"Essas instituições dão um retrato da presença do Estado nesses municípios", explicou Claudio Stenner, coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE.

"Mas não temos uma análise quantitativa, não verificamos se esses serviços estão sendo bem representados. Nosso objetivo foi simplesmente retratar onde existe a presença dos pontos de comando", ponderou.

A região Centro-Sul mostra uma concentração aparentemente maior de municípios excluídos da gestão pública.

Entretanto, o pesquisador explica que a área possui uma maior quantidade de municípios pequenos, mas que estão muito próximos a outros municípios com forte presença desses órgãos federais.

"A distância entre os municípios é muito pequena, o que facilita a articulação entre as instituições presentes", apontou Stenner.

Como esperado, Brasília lidera o ranking de municípios centralizadores da gestão pública. "É de lá que emanam as principais decisões que afetam todo o território nacional", apontou Paulo Wagner Marques, tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE.

O município do Rio de Janeiro figura em segundo lugar na lista, por contar com postos de atendimento e até sedes de órgãos importantes entre os pesquisados, como o próprio IBGE.

"O Rio de Janeiro também tem papel de destaque na gestão pública, como um resquício da época em que era capital do País", lembrou o tecnologista do instituto.

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