O celular, de acordo com o levantamento, é o dispositivo mais usado para entrar na internet, 97%. (Pixabay/Reprodução)
Clara Cerioni
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 10h00.
Última atualização em 20 de dezembro de 2018 às 10h00.
São Paulo – Os brasileiros estão mais conectados de forma geral e estão mudando seus hábitos, de acordo com a PNAD Contínua TIC 2017, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (20).
O percentual de brasileiros acima dos 10 anos que utilizam a internet subiu de 64,7% em 2016 para 69,8% em 2017. Isso significa que o país tem 126 milhões de usuários.
Veja algumas das conclusões sobre eles:
O acesso em área rural aumentou bastante de um ano para o outro: foi de 32,6% em 2016 para 39% em 2017. No entanto, a diferença ainda é gritante, já que o acesso chega a 74,8% na população urbana.
Quando se olha as regiões onde mais se utilizam a internet, os moradores do Centro-Oeste saem na frente com 76,6%, seguido pelo Sudeste com 76,5% e o Sul com 73.2%.
Na região Norte, o acesso atinge 60,1% da população enquanto o Nordeste ficou na lanterna com 58,4% dos moradores usando a internet.
Adriana Beringuy, analista da PNAD e coordenadora da pesquisa, observa que o Nordeste sempre teve os menores percentuais de utilização, o que pode ser explicado por fatores como renda e escolaridade da população.
“Escolaridade é um fator que explica muito a utilização e o Nordeste tem um grau de instrução menor. Além disso, o uso e o acesso à internet envolve custo e como eles tem uma renda familiar menor, isso pode comprometer o orçamento”, diz a pesquisadora.
A escolaridade é um fator central para determinar o acesso a internet no país e a correspondência acontece de forma linear.
Entre as pessoas sem nenhuma instrução o percentual de acesso é de 11,2%, indo a 97,7% entre aquelas com ensino superior completo.
A pesquisa mostra que 88,4% dos jovens entre 20 e 24 anos usam a internet, maior percentual de todas as faixas etárias.
No entanto, a faixa de maior crescimento ocorre entre aqueles brasileiros com 60 anos ou mais, onde a taxa de utilização foi de 24,7% para 31,1% em um ano.
"É uma população onde ainda há muito espaço para crescer, enquanto entre os jovens já há uma cobertura muito boa", diz Beringuy.
O celular, de acordo com o levantamento, é o dispositivo líder, utilizado por 97% do total dos conectados. Para Beringuy, isso pode ser explicado pelas condições de acesso:
“É um aparelho com um custo mais baixo, e o fato de ter acontecido uma expansão das redes móveis pelo país possibilitou o barateamento do pacote de dados em todas as grandes regiões. O Norte, por exemplo, é onde tem o maior uso de rede móvel no Brasil. Por ser uma região onde as cidades ficam muito distantes umas das outras, é difícil chegar com infraestrutura para rede fixa e é mais fácil a transmissão por satélite”, explica.
O acesso por computador está caindo: foi de 63,7% da população em 2016 para 56,6% em 2017. A mesma coisa acontece com os tablets, que foram de 16,4% para 14,3% no mesmo período.
Já o acesso via TV cresceu cinco pontos percentuais, passando de 11,3% em 2016 para 16,3% em 2017.
Na questão da finalidade do uso, segundo Beringuy, a que apresentou maior crescimento foi a de chamada por voz e vídeo, que passou de 73,3% para 83%.
“Isso está muito ligado ao próprio uso de ferramentas para fazer ligação e ao barateamento do serviço pelas operadoras, assim como qualidade", disse Beringuy.
Mas o motivo mais comum para o uso da internet continua sendo enviar e receber mensagens: 94.5% dos usuários citam essa finalidade.