(Divulgação/Divulgação)
Valéria Bretas
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 16h10.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 16h58.
São Paulo – Metade dos professores da rede estadual de São Paulo sofreu algum tipo de violência na escola em que lecionam, segundo levantamento inédito feito pelo Instituto Locomotiva divulgado nesta quarta-feira (27).
A pesquisa “Violência nas escolas estaduais de São Paulo” foi realizada a pedido da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e ouviu 2.553 pessoas em todas as regiões do estado entre os dias 1º e 11 de setembro.
De acordo com o estudo, os casos mais recorrentes de violência relatados pelos educadores foram agressão verbal (44%), discriminação (9%), bullying (8%), furto ou roubo (6%) e agressão física.
Os entrevistados consideraram a falta de educação em casa como a principal causa para a violência escolar. Problemas com drogas e álcool e o conflito entre os próprios estudantes foram mencionados em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
A pesquisa também afirma que as escolas públicas de São Paulo são percebidas pelos professores como muito mais violentas do que as escolas privadas do estado.
Na visão dos docentes entrevistados, debater o tema em sala de aula é a principal solução para tentar coibir ações violentas nas unidades de ensino. Para eles, o investimento em cultura e lazer e o aumento do policiamento ao redor da escola também ajudariam na diminuição da violência.
"Não podemos fazer de conta que essa guerra entre aluno e professor não está acontecendo", diz a presidente da Apeoesp, Mariz Izabel Noronha. "O governo estadual poderia proporcionar um plano pedagógico com atividades lúdicas e desportivas nas escolas, que criaria uma trajetória de sociabilidade, respeito e civilidade".
O outro lado
Entre os alunos da rede estadual de São Paulo, 39% já sofreram algum tipo de violência em suas escolas. De acordo com a pesquisa, cinco em cada dez não se sentem seguros dentro da instituição de ensino que frequentam.
O levantamento mostra ainda que 27% dos estudantes entrevistados disseram que a agressão verbal é o problema mais comum. Bullying (13%), agressão física (9%), furto e roubo (6%) e discriminação (3%) foram citados em sequência.
A principal causa de violência, na visão deles, é o conflito entre os próprios alunos.