Brasil

47 "cotistas" estão sob suspeita em concurso do Itamaraty

Itamaraty investiga 47 candidatos em concurso que se declararam negros, mas não passaram pela avaliação do Comitê


	Itamaraty: entre os candidatos sob suspeita, 14 ganharam uma bolsa por cotas no instituto Rio Branco, o que pode levar a questão aos tribunais
 (Arquivo/Agência Brasil)

Itamaraty: entre os candidatos sob suspeita, 14 ganharam uma bolsa por cotas no instituto Rio Branco, o que pode levar a questão aos tribunais (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 09h26.

Brasília - O Itamaraty pode excluir do concurso para seleção de novos diplomatas, que está em andamento, 47 candidatos que se declararam afrodescendentes, mas não passaram pela avaliação do Comitê Gestor de Gênero e Raça.

Eles serão submetidos a uma banca, que dará a palavra final nos próximos dias.

Qualquer que seja a solução, a avaliação nos bastidores é de que a questão vai parar nos tribunais. Principalmente porque entre os 47 há 14 que ganharam bolsa de estudos, como cotistas, do Instituto Rio Branco - que faz a formação dos novos diplomatas brasileiros.

Por outro lado, há defensores de direitos dos afrodescendentes que querem processar os supostamente falsos cotistas.

"Assim que terminar a revisão, os brancos que se declararam negros sofrerão processo criminal", afirmou o diretor executivo da organização não governamental (ONG) Educafro, Frei David Santos.

A entidade fiscaliza o cumprimento das cotas e quer fazer do Itamaraty um "primeiro modelo" de ação contra mau uso do sistema. A remuneração inicial para a carreira prevista é de R$ 15.005,26.

Nesse concurso, foram oferecidas 30 vagas - 6 para negros e 2 para pessoas com deficiência. Já houve uma primeira fase. Para a segunda etapa, foram convocados 112 candidatos que se autodeclararam afrodescendentes. Foi desse grupo que se tiraram os 47.

As fraudes em vestibulares e concursos públicos levaram o Ministério Público a cobrar uma fiscalização mais restrita. No ano passado, o mesmo Itamaraty foi pressionado a excluir cinco candidatos autodeclarados afrodescendentes.

No mês passado, o Ministério do Planejamento emitiu uma orientação normativa a todo o setor público federal sobre a realização de concursos e uso de bancas para avaliação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ConcursosConcursos públicosCotasItamaratyMinistério das Relações Exteriores

Mais de Brasil

Um ano após enchentes, falta de moradias dificulta recuperação de vítimas no RS

Lewandowski participa de audiência na Câmara após governo enviar PEC da Segurança

Por 6 votos a 4, STF decide manter prisão de Collor

Mendonça diverge de Moraes em julgamento no STF e defende revogar prisão de Collor