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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - A redução da taxa de fecundidade para 1,94 filho por mulher; o envelhecimento da população, cuja expectativa de vida atualmente é de 73,1 anos; e a imigração de estrangeiros para o Brasil na última década podem fazer com que, em trinta anos, a população brasileira deixe de ser jovem e passe a ser considerada madura.
A previsão é do presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes, que apresentou hoje (27) dados preliminares do Censo 2010.
"Mantidas as condições atuais de fecundidade, de mortalidade e de movimento migratório [estrangeiros vindo morar no Brasil e de brasileiros saindo do país], o Brasil será um país adulto e maduro em 2040, quando a proporção da população envelhecida será muito elevada".
Embora o Brasil seja um país jovem, o Censo 2010 está mostrando que, nos últimos dez anos, o topo da pirâmide etária está se alargando. Entre 2000 e 2010 diminui de 65% para 58% o percentual de pessoas com até 34 anos. Entre os mais novos (com até 4 anos de idade) o índice caiu de 9,64% para 7,17%.
Já no segmento dos mais velhos, brasileiros com 100 anos ou mais, o percentual não variou (0,01%), mas em números absolutos, a população idosa passou de 14 mil para 17 mil pessoas. "O Censo entrevistou 153 milhões de brasileiros. Faltam cerca de 40 milhões e já temos 17 mil com mais de 100 anos. Certamente, muitos mais serão identificadas com 95 anos ou mais", disse o presidente do IBGE.
Ainda não é possível afirmar quais os fatores que estão permitindo a essas pessoas viver mais. Porém, segundo Pereira Nunes, há indicativos de que estejam ligados à urbanização das cidades e ao "impacto do avanço da medicina", com destaque para as campanhas de vacinação infantil adotadas no país desde a década de 1960.
De acordo com o IBGE, cerca de 80% da população brasileira foram recenseadas desde 1º de agosto. O IBGE já somou, até agora, 153 milhões de pessoas, número que deve chegar a 192 milhões no final do processo. Foram visitados 57 milhões dos 58 milhões de domicílios no país.
O processo é mais lento na Região Norte, onde são grandes as distâncias e o trabalho de recenseamento da população indígena é mais trabalhoso. No Nordeste, o IBGE relata problemas com a estiagem, que dificulta o deslocamento dos pesquisadores que dependem da navegação fluvial. Na Paraíba e no Tocantins, por outro lado, a pesquisa deve terminar antes do prazo final, 31 de outubro.
Ainda segundo balanço divulgado nesta segunda-feira, cerca de 25 mil pessoas optaram por responder a pesquisa pela internet em vez de esperar a visita de um profissional do IBGE. O instituto também informou que voltará a pelo menos 600 mil domicílios para checar os dados apurados.
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