São Paulo - Além de enfrentar mais um ano de estresse hídrico, a Sabesp enfrenta este ano também um estresse financeiro, disse repetidas vezes do diretor econômico-financeiro e de Relações com Investidores da Sabesp, Rui Affonso, durante teleconferência com analistas e jornalistas para comentar os resultados da companhia no primeiro trimestre deste ano, nesta terça-feira, 19.
Ele reiterou que a companhia terá que reduzir ainda mais os investimentos previstos neste ano, em relação às estimativas iniciais.
"Estamos fazendo os cálculos de quanto será a redução, mas isso é absolutamente dever de responsabilidade da companhia, ante uma situação de estresse financeiro, para garantir a sustentabilidade econômica da empresa", disse Affonso, citando que governo federal, governo estadual e empresas por todo o Brasil estão cortando investimentos por causa do cenário econômico de inflação, câmbio e juros em alta.
"A Sabesp, além de tudo isso, tem uma redução enorme em sua disponibilidade hídrica, e seria absolutamente irresponsável manter o nível de investimentos", disse.
Ele lembrou que a companhia havia pleiteado um reajuste tarifário extraordinário de 22,7%, "sem nenhum blefe, era o que a Sabesp precisava para manter a sustentabilidade econômico-financeira", mas obteve apenas 15,24%.
De acordo com ele, mesmo com o reajuste solicitado, a Sabesp seguiria com uma situação financeira delicada.
"Não é possível a Sabesp manter o nível de investimento projetado se há uma frustração de receita em relação a revisão tarifaria e se as condições macroeconômicas todas pioraram", reforçou.
Affonso garantiu que o corte será feito de modo a garantir que a prestação de serviço de água em São Paulo não sofra continuidade, com a manutenção das ações voltadas para a garantia do abastecimento e redução da dependência das chuvas.
"Vamos fazer um freio de arrumação e vamos em frente", acrescentou.
Ele não citou quais investimentos devem ser postergados, porque a companhia esperava a decisão da Arsesp sobre a revisão tarifária extraordinária para fazer avaliação, mas disse que o abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo é o foco central de investimento. "Tudo o que não for isso está em tela de juízo", disse.
No ano passado, a Sabesp investiu R$ 3,2 bilhões e, por ocasião da divulgação dos resultados de 2014, indicou que investiria R$ 13,5 bilhões entre 2015 e 2019, prevendo R$ 2,36 bilhões para este ano, montante que foi mantido como projeção no relatório do primeiro trimestre.
O montante menor que o realizado um ano antes já considerava a situação financeira piorada da companhia.
Dentre as ações prioritárias previstas para este ano para garantir fornecimento de água em São Paulo, incluindo a interligação entre a Billings e o Alto Tietê, dentre outras medidas de transferência de água entre os sistemas, o executivo indicou que o valor total do investimento, não informado, pode variar até R$ 300 milhões.
Isso porque, com exceção da interligação, que tem um valor orçado de R$ 130 milhões, as demais estão "em desenvolvimento", com contratos em negociação e sem um valor definido.
Affonso indicou que além do corte nos investimentos, a companhia também seguirá buscando uma contenção dos gastos, e salientou que seguirá reforçando sua política de recuperação de crédito de devedores.
Ele salientou que há um volume significativo de municípios, alguns de grande porte, que não pagam conta de água, e que a companhia intensificará sua cobrança junto as esses "clientes de varejo.
A companhia contabiliza cerca de R$ 2,2 bilhões de contas a receber desses clientes, mas o executivo lembra que acrescido de juros e correção monetária, o montante fica significativamente maior.
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1. Desafio líquido
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1/18 (Thinkstock)
São Paulo - O Dia Mundial da Água, celebrado anualmente em 22 de março, é um marco para chamar a atenção da sociedade para a conservação deste recurso tão precioso e cada vez mais escasso. Veja a seguir 20 dados que mostram porque ainda faltam motivos para comemorar.
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2. 748 milhões
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2/18 (REUTERS/Sigit Pamungkas)
Ainda hoje, cerca de 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte segura de água potável.
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3. 40%
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3/18 (Thinkstock)
O planeta pode enfrentar um déficit de 40% no abastecimento de água até 2030, se não melhorarmos drasticamente a gestão deste recurso precioso.
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4. 2.5 bilhões (ou quase 3 em cada 7 habitantes)
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4/18 (Valter Campanato/ABr)
Número de pessoas que não têm acesso ao saneamento básico adequado. Isso é quase 2/5 da população mundial. Mudar esse cenário é fundamental para promover a saúde e o desenvolvimento humano.
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5. 1,6 bilhão
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5/18 (Getty Images)
Quantidade de pessoas que vivem em regiões que sofrem com escassez absoluta de água pelo menos uma vez por ano. Até 2025, dois terços da população mundial pode ser afetada pelas condições críticas de água. Nessas regiões, mulheres e crianças são as mais afetadas.
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6. 6 quilômetros
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6/18 (Getty Images)
Essa é a distância que mulheres e meninas percorrem em média nas localidades rurais para buscar água nas regiões mais sedentas do mundo. E voltam carregando mais de 20 litros.
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7. 20 segundos
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7/18 (Zein Al-Rifai/AFP)
A cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis por meio de saneamento adequado, melhor higiene e acesso a água segura. Por ano, 1,5 milhão de crianças morrem do mesmo problema.
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8. 80%
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8/18 (Getty Images)
Porcentagem de doenças em países em desenvolvimento causadas por água não potável e saneamento precário, incluindo instalações de saneamento inadequadas
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9. 3,5 milhões
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9/18 (Getty Images)
Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo a ONU. Mais pessoas morrem por conta de água contaminada e poluída do que de todas as formas de violência, inclusive guerras.
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10. 400%
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10/18 (Getty Images)
A demanda por água para a fabricação de bens de consumo deverá crescer 400 por cento até 2050 (em relação os índices de 2000).
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11. 20%
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11/18 (Luigi Mamprin)
As reservas subterrâneas têm diminuído. Estima-se que 20% delas são sobreexploradas, o que acarreta em deslizamentos de terras e intrusão de água salgada em áreas costeiras.
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12. 110 litros
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12/18 (REUTERS)
De acordo com a ONU, cada pessoa necessita de 110 litros de água por dia para atender suas necessidades de consumo e higiene. Em média, um americano consome 540 litros de água por dia. Na maioria dos países da Europa, o uso médio varia de 200 a 300 litros por pessoa, contra uma média de 15 litros em países como Moçambique.
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13. 1 bilhão
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13/18 (REUTERS/Rupak De Chowdhuri)
Um em cada sete habitantes do globo ainda defeca e urina ao ar livre. O hábito é comum entre metade da população da Índia, que carece de serviços adequados de saneamento. Em pleno século 21, tem mais gente com um celular no mundo do que com um banheiro em casa.
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14. 443 milhões de dias
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14/18 (Reuters)
É o tempo perdido de educação anual por conta de ausências na escola de crianças e jovens provocadas por doenças de veiculação hídrica.
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15. 2050
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15/18 (ChinaFotoPress/Getty Images)
Em 2050, estima-se que 2,3 bilhões de pessoas viverão em áreas sujeitas a estresse hídrico severo.
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16. 20%
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16/18 (Arquivo/Agência Brasil)
No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%, segundo a ONU.
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17. 70%
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17/18 (Getty Images)
A agricultura é a atividade que mais consome água, representando cerca de 70% da demanda mundial. Mas além de tornar a atividade mais eficiente no uso de água, é preciso reduzir o desperdício de alimentos - hoje, desperdiçamos nada menos do que um terço de tudo que se produz. É recurso precioso indo pro lixo.
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18. 8.835 desastres
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18/18 (Divulgação)
A água é o principal meio através do qual a mudança climática influencia os ecossistemas da Terra e, portanto, o modo de vida e o bem-estar das sociedades. De 1970 a 2012, 8.835 desastres naturais causaram cerca de 1,94 milhão de mortes e danos econômicos de 2,3 trilhões de dólares globalmente, quase um Brasil em PIB, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).