Dilma e Lula: Estratégia de petistas foi nacionalizar a campanha, focando as disputas de 2014 contra o PSDB (Antônio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2012 às 10h19.
Brasília - Com a base aliada dividida, a presidente Dilma Rousseff e seu padrinho, Luiz Inácio Lula da Silva, fizeram apostas políticas para escolher em quais palanques subiriam nas eleições municipais. A estratégia embutiu a nacionalização da campanha, com o radar voltado para as disputas de 2014 contra o PSDB.
Lula cancelou agendas no Nordeste e concentrou esforços em São Paulo para eleger seu afilhado, Fernando Haddad (PT), porque entende que a conquista da Prefeitura é o primeiro passo para derrubar o PSDB do governo paulista. Não é só: derrotar o candidato do PSDB José Serra é questão de "honra", já que o tucano é um adversário sempre de olho no Palácio do Planalto.
Dilma participou de comício de Haddad, na segunda-feira, a pedido de Lula e fez de Minas sua trincheira contra o senador Aécio Neves (PSDB), outro presidenciável. Dilma é candidata a novo mandato em 2014.
Fiadora de Patrus Ananias (PT), a presidente desembarcou em Belo Horizonte na quarta-feira, um dia após pesquisa do Ibope ter mostrado crescimento de 5 pontos do candidato. O prefeito Márcio Lacerda (PSB), antigo aliado do PT que concorre à reeleição, é apoiado por Aécio - tucano foi alvo preferencial do discurso da presidente no palanque.
Antes, na capital paulista, a presidente voltou a artilharia contra Serra. "Não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico em São Paulo", disse, respondendo a uma crítica do adversário. Até a semana passada, Dilma não dava certeza de que participaria de comícios. A uma pergunta, durante viagem a Nova York, se faria campanha para Haddad, respondeu: "Não vou contar."
"A presidente ajuda quando está sendo uma boa presidente", disse um ministro próximo a ela. Na prática, Dilma atua desde o começo do ano com Lula nos bastidores das candidaturas de Haddad e de Patrus. Em março, nomeou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o Ministério da Pesca. A iniciativa teve dois objetivos: consolidar a participação do PRB na base governista e facilitar uma aliança com Haddad. Mesmo assim, o PRB lançou Celso Russomanno, com apoio da Igreja Universal. Na seara do PT também houve problemas e, em troca do apoio a Haddad, Dilma nomeou a senadora Marta Suplicy (SP) para o Ministério da Cultura, no mês passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.