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1ª aula de 2014 na USP Leste será sobre crise ambiental

A primeira aula será da empresa responsável pelo sistema de ventilação e extração de gás metano do subsolo dos terrenos, a Weber Ambiental


	USP Leste: estudantes estavam apreensivos com a falta de esclarecimentos sobre contaminação
 (Denis Pacheco/USP Imagens)

USP Leste: estudantes estavam apreensivos com a falta de esclarecimentos sobre contaminação (Denis Pacheco/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 10h25.

São Paulo - Depois de seis meses de interdição por contaminação do solo com gás metano e pelo despejo de terras contaminadas no câmpus, as aulas na USP Leste começam nesta segunda-feira, 18.

A desinterdição da unidade foi determinada pela Justiça no mês passado. A primeira aula será da empresa responsável pelo sistema de ventilação e extração de gás metano do subsolo dos terrenos, a Weber Ambiental, que aluga as máquinas para a universidade enquanto a USP não licita seus próprios dispositivos.

A crise ambiental fez com que a USP tivesse de espalhar os alunos do câmpus Leste por outras unidades e por dois prédios alugados. Os calouros, que entraram em 2014, nem chegaram a conhecer o câmpus.

Na explicação, técnicos da empresa devem mostrar o que foi feito para combater a contaminação e contar como funciona o sistema de extração.

Como o registro das tubulações fica em áreas externas - e a maioria não tem grades de proteção -, os funcionários também devem dar orientações sobre quais atitudes podem prejudicar o sistema de extração.

A aula foi um pedido dos próprios alunos, inseguros com a situação ambiental do câmpus. Os estudantes, professores e a administração da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) elaboraram a programação da primeira semana de retorno ao câmpus, que inclui ainda debates sobre a situação ambiental.

Insegurança

Na sexta, os estudantes que circulavam pelo câmpus estavam apreensivos com a falta de esclarecimentos sobre a situação. Provas de recuperação já eram aplicadas por professores nas salas de aula.

"Não me sinto nem um pouco seguro aqui", afirmou o estudante de Gestão Ambiental David Costa Gomes da Silva, de 22 anos. "O pior é que não há informações se haverá danos à nossa saúde a longo prazo, se poderemos ter doenças degenerativas mais tarde por estarmos aqui."

Vinicius Becker, de 27 anos, aluno do curso de Obstetrícia, afirmou que a inexistência de explicações de como os alunos devem se comportar em situações de emergência causa "angústia e preocupação".

Medidas

Em ofício do dia 17 de julho, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) recomendou à universidade a colocação de tapumes e grama no local onde está a terra contaminada. Uma grande área no centro do câmpus já está fechada por tapumes de metal.

O órgão pediu ainda que a universidade faça medições semanais do gás metano e da pressão nos poços de monitoramento de gases dos prédios. Além disso, exigiu monitoramento semanal de níveis de inflamabilidade em ralos, grelhas, fissuras e ambientes fechados.

A Superintendência do Espaço Físico da USP diz que está cumprindo essas exigências.

Uma nova vistoria do Corpo de Bombeiros está prevista, ainda sem data. A última foi feita em 6 de março. Na ocasião, os bombeiros pediram "ajustes nos sistemas de combate a incêndios", que, segundo a unidade, ainda estão sendo feitos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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