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1,1 mil procuradores vão às urnas pela lista tríplice e o sonho da PGR

Os três nomes deverão ser levados a Bolsonaro pela Associação Nacional dos Procuradores da República, que promove a eleição

PGR: mais de mil procuradores vão às urnas para eleger a lista tríplice para procurador-geral da República (Webysther/Wikimedia Commons)

PGR: mais de mil procuradores vão às urnas para eleger a lista tríplice para procurador-geral da República (Webysther/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2019 às 11h12.

Última atualização em 18 de junho de 2019 às 11h17.

São Paulo - Cerca de 1,1 mil procuradores vão às urnas nesta terça-feira, 18, para eleger a lista tríplice para procurador-geral da República. Eles poderão escolher seus eleitos de um universo de dez candidatos. Os três nomes deverão ser levados ao presidente Jair Bolsonaro pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que promove a eleição.

A eleição começa às 10h e vai até 18h30. O resultado deve ser conhecido depois das 19h.

São candidatos à lista:

1) O ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República José Robalinho Cavalcanti;

2) O procurador regional Lauro Cardoso, paraquedista do Exército e secretário-geral do Ministério Público da União;

3) Vladimir Aras, procurador regional;

4) Blal Dalloul, secretário-geral na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot;

5) O ex-vice da gestão Janot José Bonifácio da Andrada;

6) A subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen;

7) O subprocurador-geral Mário Luiz Bonsaglia;

8) Paulo Eduardo Bueno

9) Antonio Carlos Fonseca Silva;

10) Nívio de Freitas

Cabe ao presidente da República escolher o chefe do Ministério Público Federal, conforme prevê a Constituição. Ele não é obrigado a indicar nenhum nome da lista da Associação.

A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001. Daquele ano até agora, o vencedor da lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República não foi acolhido apenas em sua primeira edição e, mais recentemente, em 2017, quando o então presidente Michel Temer escolheu Raquel Dodge.

A atual procuradora-geral Raquel Dodge não se inscreveu para concorrer na eleição promovida pela Associação dos Procuradores, o que não quer dizer que não pretende a recondução, pela "via direta" do Palácio do Planalto. Internamente, procuradores comentam que a procuradora-geral se movimenta para um segundo mandato sem concorrer pela lista tríplice.

No dia 7 de junho, Raquel Dodge admitiu, de forma explícita, estar no páreo para ficar mais dois anos no cargo. O mandato de Raquel à frente da Procuradoria vai até setembro, quando Bolsonaro deverá indicar o próximo ocupante do cargo.

"Estou à disposição da minha instituição e do País para uma eventual recondução ao cargo, mas não sei se isso vai acontecer", disse ela, após participar de evento do Ministério Público em São Paulo.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, parlamentares do Centrão, bloco informal de partidos que tem imposto as principais derrotas de Bolsonaro no Congresso, têm defendido, em conversas reservadas, a recondução de Raquel Dodge a mais um mandato.

A avaliação do grupo é a de que ela tem uma postura mais "moderada" do que seu antecessor no cargo, Rodrigo Janot - criticado por apresentar denúncias contra políticos apenas com base nas delações premiadas.

O bloco teme, ainda, que Bolsonaro escolha um nome mais "linha dura", alinhado ao discurso de criminalização da política que permeou a campanha eleitoral. Para ser confirmado, o nome escolhido pelo presidente da República precisa passar por sabatina e ter o aval do Senado.

Desde que assumiu o comando do Ministério Público Federal, em setembro de 2017, Raquel desacelerou os acordos de colaboração premiada. Dos 110 acordos na Lava Jato homologados pelo Supremo Tribunal Federal até hoje, apenas um foi em sua gestão.

Enquanto isso, ela pediu para anular quatro das delações assinadas por Janot. O mais recente foi o do ex-diretor da Hypermarcas Nelson de Mello, que havia acusado políticos do MDB de receber R$ 30 milhões para fins eleitorais. Mello foi acusado de ter omitido informações e de não apresentar as provas para sustentar as denúncias contra políticos.

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