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100 mil mortes poderiam ter sido evitadas com cloroquina, diz Bolsonaro

Bolsonaro voltou a defender o uso de hidroxicloroquina como alternativa para o tratamento da covid-19, mesmo sem comprovação científica

No Pará, Bolsonaro afirmou que o estado recebeu 400 mil unidades de cloroquina (Adriano Machado/Reuters)

No Pará, Bolsonaro afirmou que o estado recebeu 400 mil unidades de cloroquina (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 13h02.

Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 13h04.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a divulgar o uso da hidroxicloroquina como alternativa para o tratamento da covid-19. Em evento em Belém (PA), nesta quinta-feira, 13, o chefe do Executivo disse ser "a prova viva" da eficácia do remédio, que não tem comprovação científica.

"Sabemos que mais de 100 mil pessoa morreram no Brasil. Caso tivessem sido tratadas lá trás com esse medicamento, poderiam essas (perdas de) vidas terem sido evitadas; mais ainda aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram (outra) alternativa", declarou.

Dados coletados pelo consórcio de imprensa entre Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL indicam que o total de óbitos no Brasil é de 104.263 e o de contaminações, 3.170.474. Em julho, o presidente entrou para as estatísticas da pandemia e foi diagnosticado com o novo coronavírus. Ele divulgou amplamente a cloroquina, afirmando ter utilizado o medicamento em seu tratamento.

Bolsonaro participou da inauguração da obra de revitalização do Porto Futuro na capital paraense. Em seu discurso, ele citou que o Estado recebeu mais de R$ 2 bilhões em recursos para o combate a covid-19 e 400 mil unidades de cloroquina.

"Destinamos também a esse Estado maravilhoso, mesmo sem comprovação científica, mais de 400 mil unidades de cloroquina para o tratamento precoce da população. Eu sou a prova viva que (cloroquina) deu certo. Muito médicos defendem esse tratamento", disse.

O presidente voltou a repetir também que sempre alertou sobre a necessidade de combater o vírus e o desemprego causado pela pandemia da covid-19. "Sabemos que a vida não tem preço, mas o desemprego leva à depressão e leva também à doença e à morte", declarou.

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