Trânsito na marginal Pinheiros: para a FGV, não dá para esperar o sistema de transporte público ficar perfeito para começar a combater os congestionamentos de São Paulo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2013 às 12h00.
São Paulo – Entre janeiro de 2003 e setembro de 2012, 2.540.659 veículos foram adicionados à já enorme frota de São Paulo. Isso representou 730 novos carros, caminhões ou ônibus nas ruas paulistanas todos os dias, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Tantos veículos não saem de graça para a cidade. Pior, são sinônimos de prejuízo para o município e o Brasil. Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado nesta sexta-feira mostrou que a capital paulista perde R$ 40 bilhões por ano - cerca de 1% do PIB nacional - com engarrafamentos.
As maiores perdas se dão por causa do custo de oportunidade, ou seja, aquilo que deixamos de produzir porque estamos ociosos no trânsito, mas há ainda os custos adicionais de combustíveis e de transporte de mercadorias.
Carros são parte do problema, sim, mas a FGV não isenta o planejamento urbano – ou a falta dele – da responsabilidade pelos congestionamentos. Afinal, segundo o estudo, Nova York, nos Estados Unidos, tem cinco vezes a densidade de veículos de São Paulo, mas congestionamentos menos intensos.
O problema, segundo a FGV, é a ideia de que o trânsito só poderá ser resolvido quando o transporte público se tornar decente, o que pode demorar décadas e gera certa imobilidade das autoridades para combater o prejuízo hoje. Afinal, a cidade está perdendo dinheiro diariamente. E os cidadãos, paciência e qualidade de vida.
Com isso, o estudo “Os custos dos congestionamentos na cidade de São Paulo” pensou em 10 soluções - apenas paliativas - para ajudar a diminuir o problema desde já. De curto, médio e longo prazos, algumas delas são mais conhecidas, outras mais polêmicas, como a adoção do pedágio urbano.
Confira:
1. Redirecionar recursos das grandes obras para aquelas que valorizem o sistema paralelo de ruas e permita que as grandes vias sejam desafogadas;
2. Fiscalizar com rigor veículos velhos e inseguros;
3. Restringir a circulação de caminhões de grande porte ao horário das 22h às 6h;
4. Investir em terminais de embarque e desembarque para evitar longas filas de ônibus vazios, um esperando o outro;
5. Implantar pedágio urbano, como em Londres, Milão, Estocolmo, Cingapura e Oslo;
6. Utilizar combustíveis não poluentes em toda frota de ônibus (a médio e longo prazo);
7. Utilizar o IPVA para desestimular o uso de carros antigos, com o tributo mais caro para veículos antigos;
8. Acelerar a expansão da malha metroviária através de parcerias entre as diferentes esferas de poder;
9. Utilizar as ferrovias da CPTM para implantar metrôs de superfície;
10. Tributar o uso do veículo, não seu preço.
Veja o estudo completo:
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