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Tomate e cebola lideram alta nos preços de hortifrúti em 2023 e seguem elevados em janeiro

Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra como o clima afeta a disponibilidade dos alimentos, a exemplo da alta de 36% para o tomate, por causa do calor

Colheita de cebolas em Minas Gerais: produto foi um dos que registrou os maiores aumentos em 2023 (Wenderson Araujo/Trilux/Sistema Senar-CNA/Reprodução)

Colheita de cebolas em Minas Gerais: produto foi um dos que registrou os maiores aumentos em 2023 (Wenderson Araujo/Trilux/Sistema Senar-CNA/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 13h39.

O tomate e a cebola foram os produtos de hortifrúti que apresentaram maior alta em 2023 e continuam em alta em 2024, de acordo com o Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira, 22. Para o tomate, a maior alta registrada foi de 36% em Belo Horizonte, Minas Gerais, em relação ao ano passado.

O caso do tomate é emblemático sobre a formação de preços a partir da lei de oferta e demanda. Segundo a Conab, o calor nas áreas produtoras nos meses de outubro e novembro provocou a maturação acelerada do fruto. Com a oferta em ascensão,  os preços caíram. Desta forma, a movimentação de tomate alcançou o maior patamar do ano — especificamente, em novembro, a comercialização foi a maior dos últimos dois anos.

Em dezembro, no entanto, os preços voltaram a subir. A média ponderada aumentou 10,33% em relação à média de novembro. Com isso, ocorre a menor quantidade do fruto em ponto de colheita e os preços são pressionados para cima.

“Deve-se frisar que essa alta de preço é atrativa para o produtor colocar seu produto no mercado — muitas vezes ainda verde — e provocar novamente reversão desse movimento. O movimento  dos preços nesse mês de janeiro ainda não está definido. Vai depender da intensificação da safra de verão e da disponibilidade de fruto pronto para se enviar ao mercado”, afirma o documento da Conab.

Leia mais: Alimentos devem contribuir menos para a desaceleração da inflação em 2024

A situação da oferta e demanda desses produtos no mercado brasileiro varia de acordo com a região e o período analisado, segundo o órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Da mesma forma, as perspectivas para o setor hortigranjeiro nos próximos meses são influenciadas por diversos fatores, como a sazonalidade das colheitas, as condições climáticas e a demanda do mercado interno e externo.

Cebola, do Nordeste ao Sul

Os preços da cebola também cresceram em 2023, segundo a Conab. Das dez Ceasas analisadas, seis registraram aumento de preços e em quatro houve uma pequena diminuição de preço. As produções no Nordeste foram impactadas pelas altas temperaturas, enquanto no Sul houve prejuízos por causa das fortes chuvas.

Os meses de novembro e dezembro são caracterizados pela mudança de safra no abastecimento, que passa a concentrar na região Sul a distribuição para outras áreas do país. Não por acaso, a Conab indica que, nesta região, houve aumento de 200% na oferta da cebola em dezembro.

Leia também: No país do agronegócio, comer em casa ficou mais barato com a primeira deflação desde 2017

O número representa cerca de 60% da comercialização total de cebola nas Ceasas analisadas. No entanto, ainda que a disponibilidade tenha aumentado ao consumidor, a qualidade foi prejudicada pela umidade.

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já havia apontado que os preços da cebola subiram 26,59% no Brasil, em novembro, sendo a maior inflação ao produto desde maio de 2020.

Nesse início de janeiro, os preços da cebola continuaram em níveis altos na maioria dos entrepostos, de acordo com a Conab. Alta expressiva é vista na Ceasa de Fortaleza, no Ceará, cuja média do preço de janeiro foi 12% maior que a de dezembro.

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