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Tereza Cristina: ministra está em viagem a países árabes para alavancar exportações do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 19 de outubro de 2021 às 11h34.
Última atualização em 19 de outubro de 2021 às 17h04.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enviou uma carta à Administração Geral da Alfândegas da China (GACC), na semana passada, colocando-se à disposição para tratar pessoalmente da demora na retomada das importações de carne bovina pelo país asiático. Embora a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) tenha mantido, há mais de um mês, o status do Brasil de país com "risco insignificante" para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida por mal da vaca louca, o país asiático continua sem comprar o produto brasileiro.
Com a carta, a ministra sinalizou que irá até Pequim, se necessário, para convencer as autoridades sanitárias chinesas de que não há razão para que as exportações do Brasiil continuem suspensas. A China é um dos maiores compradores de carne bovina brasileira. Os embarques para aquele país somaram US$ 4 bilhões em 2020 e este ano, até setembro, as vendas estavam em US$ 3,8 bilhões.
No início de setembro, o Ministério da Agricultura foi informado sobre a ocorrência de dois casos, em Minas Gerais e no Mato Grosso, de “origem atípica”de vaca louca — ou seja, em que a causa é uma mutação em um único animal, e não por meio de da contaminação entre dois ou mais bovinos. Com o laudo em mãos, o governo notificou os países importadores de carne bovina brasileira e suspendeu os embarques do produto para China.
Interlocutores do Ministério da Agricultura afirmaram que, com o posicionamento da OIE, a expectativa era que os chineses retomassem em breve as encomendas, o que não aconteceu. Essas fontes destacaram que o Brasil foi totalmente transparente com as autoridades sanitárias do país asiático.
Segundo a área técnica da pasta, não há risco para a cadeia de produção bovina do país, pois os animais foram atingidos de forma independente e isolada. Os casos foram confirmados pelo laboratório de referência internacional da OIE, localizado no Canadá.
O GLOBO procurou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, que informou que não vai comentar o tema. Também é aguardada uma manifestação do governo chinês, por meio da embaixada da China em Brasília.