Apoio:
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 12 de julho de 2024 às 13h18.
Última atualização em 16 de julho de 2024 às 13h35.
O Brasil deve produzir 169 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, estima o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em seu relatório mensal de oferta e demanda, divulgado nesta sexta-feira, 12, o órgão de agricultura norte-americano manteve a projeção nesta temporada.
Para a temporada 2023/24, o USDA também manteve em 153 milhões de toneladas a estimativa da produção nacional da oleaginosa em virtude das recentes inundações que atingiram o Rio Grande do Sul – o estado é um dos principais produtores de soja do Brasil.
Segundo Luiz Fernando Gutierrez, consultor e especialista no mercado de soja da Safras & Mercado, o documento do USDA trouxe pouca ou nenhuma alteração quando comparado com o relatório divulgado em junho. "Eu acho que foi o mesmo que o mercado esperava, cortes de produção e de estoques, então é um relatório relativamente neutro", afirma o analista.
De acordo com as estimativas da consultoria, o Brasil deve produzir 171,542 milhões de toneladas de soja em 2024/25, um recorde, caso seja confirmada a projeção. A área cultivada deve alcançar 47,331 milhões de hectares em 2024/25, um aumento de 1,9% ante a temporada anterior.
A área deverá crescer em praticamente todos os estados produtores no país, mas em um menor ritmo em relação às safras anteriores. "Tal fato deve ocorrer devido à queda da margem dos produtores nos últimos meses, que é derivada, principalmente, do recuo nos preços praticados nos mercados brasileiro e internacional [...] como a oleaginosa ainda é uma opção mais rentável que outras culturas em boa parte dos estados, novamente os produtores irão optar pelo avanço da área", destaca Gutierrez.
Na quinta-feira, 11, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua projeção para a safra 2023/24 de soja do Brasil. A produção estimada para a oleaginosa é de 147,34 milhões de toneladas. Se confirmado, o montante será 4,7% menor em relação ao ciclo anterior. Destaque para o Mato Grosso, maior produtor nacional, que deve colher 39,34 milhões de toneladas.
A projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) é de que o país colha 152,5 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 7,8 milhões de toneladas em comparação com o recorde de 160,3 milhões de toneladas da temporada anterior.
O USDA projeta que a safra 2024/25 brasileira de milho em 127 milhões de toneladas. No ciclo 2023/24, a estimativa é de 122 milhões de toneladas. Para o grão do Brasil, a projeção da Conab é de 115,86 milhões de toneladas, considerando todas as safras, o que representa uma queda de 12,2% em relação à temporada 2022/23.
Segundo o órgão, as condições climáticas favoráveis têm beneficiado a maioria das lavouras em estágio de desenvolvimento vegetativo e fase reprodutiva.
A área total cultivada no Brasil, incluindo os produtos analisados, aumentou 1,5%, o que equivale a 1,21 milhão de hectares a mais em relação à safra passada. Os maiores acréscimos foram observados na soja, com um aumento de 1,94 milhão de hectares, seguido por gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Por outro lado, a área plantada com milho deve apresentar uma queda de 1,41 milhão de hectares, acompanhada por trigo e outras culturas de inverno.