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Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 11 de julho de 2024 às 10h02.
Última atualização em 11 de julho de 2024 às 10h07.
A produção brasileira de grãos deve atingir 299,27 milhões de toneladas na safra 2023/2024, mostra o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 11. Ainda que a projeção represente uma redução de 6,4% em relação ao ciclo anterior, o equivalente a 20,54 milhões de toneladas a menos, esta safra ainda se destaca como a segunda maior já registrada no país.
Houve um aumento de 0,6% em relação ao levantamento anterior, de 1,72 milhão de toneladas, impulsionado pelo avanço da colheita das principais culturas como milho de inverno (safrinha), gergelim e arroz, indicando uma recuperação na produção. Por outro lado, houve reduções nas produções de milho primeira safra, feijão, trigo, algodão e soja.
A diminuição em relação ao ciclo anterior é atribuída principalmente à influência negativa do fenômeno El Niño, que afetou o clima desde o início do plantio até as fases de reprodução das lavouras de primeira safra plantadas até o final de outubro, nas principais regiões produtoras do país.
A produção estimada para a soja é de 147,34 milhões de toneladas. Se confirmado, o montante será 4,7% menor em relação ao ciclo anterior. Destaque para o Mato Grosso, maior produtor nacional, que deve colher 39,34 milhões de toneladas.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em seu relatório de oferta e demanda do mês passado, estimou a safra 2023/24 do Brasil em 153 milhões de toneladas, com uma projeção de exportação de 102 milhões de toneladas. Para a temporada 2024/25, o USDA projeta uma produção de 169 milhões de toneladas para o país — na sexta-feira, 12, o USDA divulgará uma nova projeção para a safra brasileira.
A projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) é de que o país colha 152,5 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 7,8 milhões de toneladas em comparação com o recorde de 160,3 milhões de toneladas da temporada anterior.
Para o milho, a projeção é de 115,86 milhões de toneladas, considerando todas as safras, o que representa uma queda de 12,2% em relação à temporada 2022/23. De acordo com a Conab, as condições climáticas favoráveis têm beneficiado a maioria das lavouras em estágio de desenvolvimento vegetativo e fase reprodutiva.
A área total cultivada no Brasil, incluindo os produtos analisados, aumentou 1,5%, o que equivale a 1,21 milhão de hectares a mais em relação à safra passada. Os maiores acréscimos foram observados na soja, com um aumento de 1,94 milhão de hectares, seguido por gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Por outro lado, a área plantada com milho deve apresentar uma queda de 1,41 milhão de hectares, acompanhada por trigo e outras culturas de inverno.