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Rumo ao centenário, Kepler Weber amplia receita e investe em novos mercados

Empresa divulgou resultados do último trimestre nesta quarta-feira, 30. Investimentos devem incrementar receita em 50%, afirmou o CEO, Bernardo Nogueira, à EXAME

 (Leandro Fonseca)

(Leandro Fonseca)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 18h43.

Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 09h44.

Prestes a completar seu centenário em 2025, a Kepler Weber, empresa de silos e armazenagem no Brasil, prepara uma nova ofensiva para fortalecer ainda mais sua já consolidada posição no setor logístico brasileiro, afirmou à EXAME Bernardo Nogueira, CEO da companhia.

A estratégia, segundo ele, é investir em áreas nas quais a empresa ainda não tem uma atuação firme, como o setor de café e sementes, com a meta de crescer 50% da receita nessa ampliação de mercado.

"A Kepler tem uma presença no mercado de café, mas ainda é limitada. Há vários processos no beneficiamento do café nos quais podemos atuar. O mesmo vale para o setor de sementes. A expectativa é expandir significativamente nossa participação nesses segmentos", afirma Nogueira.

De acordo com o CEO, os números do terceiro trimestre de 2024, divulgados nesta quarta-feira, 30, mostram um desempenho "sólido", o que reforça o plano de expansão da Kepler Weber.

A receita líquida da companhia alcançou R$ 439,1 milhões no período, uma alta de 8,2% em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado até setembro, a receita líquida soma R$ 1,1 bilhão, representando um aumento de 13,6% em relação aos nove primeiros meses do ano passado.

“Ao longo dos últimos anos, a diversificação de segmentos tem se mostrado cada vez mais assertiva, com resultados expressivos. Julho foi o melhor mês da história da companhia em vendas para outros países, totalizando R$ 43 milhões”, diz Nogueira.

A companhia fechou o trimestre com R$ 97,6 milhões de EBITDA Ajustado, uma margem de 22,2% — superior aos R$ 80,7 milhões e margem de 19,9% do mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, o EBITDA Ajustado da Kepler alcançou R$ 252,5 milhões, um aumento de 20,9% em relação ao mesmo intervalo de 2023.

Ainda assim, no terceiro trimestre de 2024, o lucro líquido da Kepler Weber foi de R$ 59,6 milhões, uma queda de 10,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A margem líquida recuou 2,8 pontos percentuais, ficando em 13,6%.

Mesmo em um ano considerado difícil para o produtor, diante de margens apertadas e pedidos de recuperação de distribuidoras de insumos, todas as áreas de negócios da Kepler Weber apresentaram crescimento de receita no acumulado do ano em relação a 2023. O caixa da empresa encerrou o trimestre em R$ 457,9 milhões.

O agro na Kepler

Na Kepler, o setor agro representa cerca de 30% do faturamento, segundo o CEO. Outros 30% vêm de cooperativas e cerealistas, e o restante envolve portos e terminais, o setor que mais cresceu dentro da empresa, afirma Nogueira.

O segmento de fazendas, responsável por atender os produtores rurais, atingiu o melhor resultado do ano, com receita líquida de R$ 141,8 milhões neste trimestre. No acumulado do ano, a receita dessa área de negócios alcançou R$ 377,3 milhões, um aumento de 12,4% em relação ao acumulado de 2023.

A receita líquida do segmento de agroindústrias foi de R$ 156,6 milhões, um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado de 2024, o segmento já soma R$ 360,9 milhões.

O segmento de portos e terminais registrou uma receita líquida de R$ 17,4 milhões no terceiro trimestre de 2024, valor cinco vezes maior em comparação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, a receita soma R$ 101,4 milhões, representando um aumento de 61,1% em relação ao mesmo intervalo de 2023.

Segundo o executivo, o resultado permitiu investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Capex e o pagamento de dividendos intermediários de R$ 30 milhões aos acionistas em 10 de julho de 2024, além de juros sobre capital próprio de R$ 15,4 milhões em 23 de agosto de 2024, a serem computados no dividendo mínimo obrigatório do exercício.

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