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Patricia Monqueira, pesquisadora UFSCAR (Bayer/Divulgação)
Repórter de Agro
Publicado em 28 de outubro de 2023 às 08h08.
Engenheira agrônoma, educadora e pesquisadora da área de plantas daninhas, Patrícia Monqueiro trabalha na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) com métodos alternativos de controle destas plantas consideradas invasoras no ambiente dos cultivos comerciais. Para se ter uma ideia, este é um dos principais problemas em culturas como soja, milho, algodão, trigo, entre outros. No caso dela, o foco é na cana-de-açúcar.
Desde o manejo do produto químico para o controle da planta indesejada até o impacto que ele pode causar em todo o ambiente são objetos de estudo de Monqueiro. “Dentro dos centros de ciências agrárias, estamos focando principalmente nas plantas daninhas que têm biótipos resistentes. Hoje, no Brasil, para se ter ideia, a gente tem 54 biótipos resistentes, com resistências, muitas vezes, a três ou mais herbicidas. Então isso é um problema, de fato”, diz.
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Para ela, é importante os produtores rurais compreenderem que há toda uma biodiversidade dentro da agricultura, por isso não existe somente uma maneira de produzir. “Temos limitações, principalmente, porque muitos produtores não têm assistência técnica. Isso é um problema de política pública”, ela afirma.
Campeã da 6ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, realizado pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Patrícia Monqueiro inaugura a categoria de pesquisadoras da premiação, chamando a atenção dos jurados por estudar o manejo da lavoura pela ótica sustentável. Por exemplo, um dos estudos da equipe interdisciplinar da UFSCAR é voltado à importância de abelhas e minhocas.
“São normalmente abelhas sem ferrão, porque a Apis mellífera é usada pelas empresas para ensaios para ter o registro [do herbicida], mas ela não é brasileira. O Brasil é um dos países que tem a maior diversidade de abelhas, de muitos gêneros diferentes, que tem sensibilidades diferentes. Então, é interessante entender o efeito dos produtos químicos nas abelhas nativas”, afirma.
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Ciências de Plantas Daninhas, Patricia Monqueiro diz que a área de defensivos agrícolas ainda é predominantemente masculina. Por isso, enquanto pesquisadora e professora, uma das intenções dela é engajar a participação feminina no setor, seja no campo ou no laboratório.
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Ela lembra que, quando ingressou no curso de Agronomia, eram 200 vagas e apenas 30 preenchidas por mulheres. Hoje, é professora no curso de Engenharia Agronômica e vê mais este público do que homens na sala de aula.
“A gente percebe o interesse feminino pela pesquisa. Acho que mulher é muito mais meticulosa, gosta da investigação, da pesquisa. Não é que a gente quer ocupar espaço, é um espaço nosso também”, diz.