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Produtores buscam alternativas para garantir rentabilidade na safra 2023/24

Barter e seguro agrícola são ferramentas para driblar a volatilidade entre custo de produção e preço da saca de soja

Rentabilidade: safra 2023/24 deve apresentar margens menores, mas ainda positivas ao sojicultor (Fernando Dias/Governo do Rio Grande do Sul/Divulgação)

Rentabilidade: safra 2023/24 deve apresentar margens menores, mas ainda positivas ao sojicultor (Fernando Dias/Governo do Rio Grande do Sul/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 14h19.

Última atualização em 26 de outubro de 2023 às 14h31.

Apesar dos preços mais baixos na saca de soja em todas as regiões do Brasil, a queda no custo de produção ainda permite rentabilidade positiva para a safra 2023/24. Quem faz a avaliação é Adriano Lo Turco, analista sênior de mercado da Agroconsult. Com base nos preços de Mato Grosso, ele aponta que a rentabilidade média por hectare em 2021/22 foi de R$ 4 mil, enquanto na atual safra a estimativa é de R$ 1,5 mil.

O cenário “deixa um gosto amargo na boca do produtor rural brasileiro”, segundo Lo Turco, por isso o momento é de evitar margens ainda menores. No campo, isso se traduz em produtores buscando alternativas para manter a lavoura rentável.

Leia também: O que é barter? Entenda a comercialização com pagamento em sacas de soja

Em Pedras Altas, no Rio Grande do Sul, Luciane Braga trabalha com soja e pecuária, e sente no dia a dia a volatilidade do preço dos grãos, seja pela comercialização da commodity, seja no custo para a ração animal. Para se prevenir dos altos e baixos da atividade, neste ano ela decidiu utilizar o barter pela primeira vez.

“O que me motivou a procurar a ferramenta foi a garantia de saber o preço da saca de soja no momento da colheita, fixando o custo de produção”, ela diz. Para a safra 23/24, ela conta ter contratado o barter com a Lavoro, assim a varejista de insumos define o valor dos produtos em sacas de soja.

Comercialização atrasada

Marina Menin, diretora comercial de soja da Bayer, também trabalha na região gaúcha e relata que a comercialização dos grãos ainda se refere às safras anteriores. A venda está atrasada, pois o produtor “está esperando para ver o que vai acontecer”, ou seja, há esperança de os preços pagos na saca melhorarem.

“A visão que temos do campo é que o agricultor está esperando para entender o que vai acontecer, antes de efetivamente já fechar e travar o preço dos grãos. Só que, nesse momento, é superimportante que ele se resguarde, porque é uma atividade que está exposta à volatilidade”, afirma a diretora.

Leia também: Sucessão familiar: quais os passos para uma fazenda se tornar uma empresa rural?

Para ela, por meio de ferramentas de proteção financeira, é possível chegar na safra seguinte com parte da produção e da lavoura protegida. Nesse sentido, ela menciona também o seguro agrícola. No entanto, para o Sul do país, Marina Menin diz que há retração das empresas que ofertam seguros, por causa do alto risco climático.

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