Supermercado Extra do Itaim Bibi (Fernando Moraes/Exame)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 09h58.
Os preços nos supermercados de São Paulo desaceleraram de 0,75% em dezembro para 0,51% em janeiro, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e a Fipe. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses no setor recuou de 6,02% para 5,78%.
A principal razão para a desaceleração foi a queda nos preços de produtos semielaborados e básicos. O leite, por exemplo, registrou um recuo de 2,37%, marcando o terceiro mês consecutivo de redução, puxado pelo leite longa vida (-2,38%).
Outros itens essenciais também registraram queda, como cereais (-2,02%) e carne suína (-1,01%), enquanto a carne bovina (-0,08%) permaneceu praticamente estável, ajudando a conter as pressões inflacionárias.
A categoria de tubérculos teve uma leve retração de 0,15% em janeiro e, no acumulado de 12 meses, recuou 31,23%, impactando significativamente a inflação geral.
Além disso, a redução nos preços de artigos de limpeza (-0,36%) e bebidas não alcoólicas (-0,48%) também contribuiu para a desaceleração da inflação no período.
Apesar da queda em alguns itens, os preços dos legumes, do café e dos ovos registraram alta em janeiro — os legumes subiram 21,79%, impulsionados principalmente pela forte alta da cenoura (59,76%).
Outros produtos também apresentaram aumentos expressivos, como abobrinha (35,46%), chuchu (32,84%), pepino (32,52%), tomate (28,79%), beterraba (17,53%), vagem (6,08%) e abóbora (4,07%).
Entre os produtos industrializados, a maior inflação foi registrada na categoria de cafés, achocolatados em pó e chás, que teve alta de 4,11% em janeiro e um aumento acumulado de 36,58% nos últimos 12 meses, a maior variação entre os industrializados.
O principal responsável por esse avanço foi o café em pó, que subiu 6,31% no mês e acumula alta de 51,75% em 12 meses.
Os ovos tiveram um aumento de 2,65% em janeiro, impactados pelo aumento nos custos de produção, especialmente dos insumos, e pela demanda constante do mercado — no acumulado de 12 meses, a alta chega a 4,01%.