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Brasília (DF), 20/01/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da reunião Ministerial, na Residência oficial da Granja do Torto Foto: Ricardo Stuckert/PR (Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 09h16.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 10h04.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 5, que a inflação está razoavelmente controlada, e que a principal preocupação do governo é evitar a alta dos preços dos alimentos.
Em entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula destacou que "a carne está muito alta" e prometeu "controlar a inflação".
"Nossa preocupação é apenas evitar que os preços dos alimentos continuem prejudicando o povo brasileiro, e é por isso que nós temos feito reuniões sistemáticas com os setores que estão, na nossa visão e na visão dos pesquisadores, mais altos. Por exemplo, a carne está muito alta, nós temos outros produtos que estão altos e nós precisamos discutir com os setores por que esses preços cresceram tanto de doze meses para cá", disse o presidente.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta terça-feira, 4, indicou que os preços dos alimentos “se elevaram de forma significativa” por causa, entre outros fatores, da seca ao longo do ano e à alta nos preços das carnes, também impactada pelo ciclo do boi.
“Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, afirmou o Copom, que na semana passada elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,35% ao ano.
Lula também disse que se reunirá, ainda nesta semana, com representantes da indústria da carne e com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para discutir o aumento no preço dos alimentos.
Em 2024, os preços dos alimentos registraram alta média de 7,69%, superando a inflação oficial do país, que ficou em 4,83%, segundo o IPCA, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo de Alimentação e Bebidas contribuiu com 1,63 ponto percentual (p.p.) para o IPCA no ano. A maior pressão de alta veio do item carnes, que registrou aumento de 20,84% em 2024, representando um impacto de 0,52 ponto percentual (p.p.) na inflação geral.
Nas gôndolas dos supermercados de São Paulo, a carne bovina teve aumento de 26,79% no ano passado. Entre os cortes, os destaques foram acém (36,1%), braço (34,3%), músculo (32,6%), patinho (31,5%) e costela bovina (25,8%) — a picanha registrou alta de 19,37% no ano, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS).