EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Preço global da carne bovina tende a subir com veto da Argentina

O vácuo deixado pela Argentina é grande, já que o país é responsável por 22% das importações de carne bovina da China

Argentina suspende exportação de carne por 30 dias (Hispanolistic/Getty Images)

Argentina suspende exportação de carne por 30 dias (Hispanolistic/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 19 de maio de 2021 às 11h29.

A medida da Argentina de vetar as exportações de carne bovina com o objetivo de segurar a inflação deve elevar os preços globais da proteína.

O governo argentino proibiu as vendas de carne bovina ao exterior pelos próximos 30 dias, pois a inflação no país se aproxima de 50% ao ano. Mas seu maior cliente, a China, ainda precisa comprar grandes quantidades de carne bovina dos mercados mundiais.

O vácuo deixado pela Argentina é grande, já que o país é responsável por 22% das importações de carne bovina da China, perdendo apenas para o Brasil.

“Fechar o segundo fornecedor da China por um mês aumentará os preços globalmente”, disse Brett Stuart, cofundador da consultoria Global AgriTrends.

A decisão da Argentina vem na esteira dos problemas causados no comércio mundial de carne no início da pandemia, quando ondas de Covid-19 levaram ao fechamento de unidades de abate. Os preços sobem com a recuperação da economia global, o que estimula a demanda. Além disso, o clima seco eleva os preços dos grãos usados em rações aos maiores níveis em oito anos.

Produtores dos Estados Unidos e Brasil se preparam para ganhar uma fatia do mercado e aumentar as vendas para a China. O país asiático já é o mercado de crescimento mais rápido para a carne bovina dos EUA, impulsionado por consumidores de classe média que melhoram o padrão de vida e buscam incluir mais proteínas às suas dietas. As ofertas da China por carne bovina do exterior aumentaram por três semanas seguidas, disse Stuart.

O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, pode aumentar os embarques em maio e na primeira quinzena de junho, disse Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Isso deve sustentar os preços internacionais da carne bovina e aumentar os ganhos de frigoríficos como a JBS.

Na primeira quinzena de maio, os preços da carne bovina brasileira para exportação deram um salto de 11% em relação a maio do ano passado. Os futuros do gado em Chicago subiram 1,4% na quinta-feira.

A carne bovina argentina é considerada de alta qualidade e, portanto, não é fácil de substituir. O gado brasileiro tem uma genética diferente, e a oferta de outros grandes produtores, como Austrália e Nova Zelândia, é limitada. Isso deixa os EUA com a maior vantagem para capturar participação de mercado, disse Altin Kalo, analista da Steiner Consulting Goup em Manchester, New Hampshire.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaCarnes e derivados

Mais de EXAME Agro

Aumento de custos, menos crédito e mais exportação: como o dólar alto afeta o agro brasileiro

Lei antidesmatamento da União Europeia avança para o Conselho Europeu

Cacau beira os US$ 12 mil e expectativa é de mais volatilidade em 2025

Os planos da maior marca de azeite da Itália para cair — de vez — no gosto do brasileiro em 2025