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Preço do café ao consumidor fica 13,5% mais barato ao longo de 2023

De acordo com Associação Brasileira da Indústria de Café, recuo dos preços contribuiu para consumo aumentar 1,64%, sobretudo fora dos lares

Consumo de café: Sudeste corresponde a 41,8% do total nacional, segundo a ABIC (Ricardo Mendoza Garbayo/Getty Images)

Consumo de café: Sudeste corresponde a 41,8% do total nacional, segundo a ABIC (Ricardo Mendoza Garbayo/Getty Images)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 17h18.

Números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) mostram que o preço do café torrado e moído ficou 13,5% mais barato ao consumidor em 2023. A queda é maior do que a média da cesta básica (-5,0%) e do que a média de produtos como açúcar, leite, arroz, feijão e óleo de soja (-6,6%).

Nos últimos três anos, em média, o preço da matéria-prima aumentou 107% e o café no varejo aumentou 73%. Já em 2023, uma junção de fatores entre campo, indústria e consumidor, possibilitou o recuo aos preços à população, a exemplo do recuo de de 0,4% nas exportações, cujos grãos ficaram no mercado interno.

Conforme explica Pavel Cardoso, presidente da ABIC, à EXAME, “tendo a matéria-prima ficado flat, de lado, a indústria conseguiu manter competitividade, ofertando preços melhores para o consumidor e naturalmente a resposta veio com melhores preços”, diz.

Como reflexo dos preços nas gôndolas, o consumo da bebida aumentou 1,64% no Brasil entre novembro de 2022 e outubro de 2023, em comparação ao mesmo período entre 2021 e 2022. Este volume representa 39,4% da safra de 2023, que foi de 55,07 milhões de sacas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com isso, o país se mantém na posição de segundo maior consumidor de café do mundo e o maior consumidor de cafés nacionais.

Leia também: O salto do café conilon: produtividade cresce 135% em 8 anos e atrai indústria de solúvel para ES

A indústria dedicada ao grão cresceu 1,46% A entidade congrega 71,1% das companhias dedicadas à produção do café torrado em grão e/ou moído, e representam 86,5% do market share no varejo supermercadista. Quando avaliadas somente as associadas a ABIC, o crescimento sobe para 2,25%.

“Isso mostra como a indústria foi responsiva na adaptação da melhoria da qualidade e investimento em tecnologia embarcada, para possibilitar para que o nosso café tivesse o crescimento que teve”, afirma Cardoso.

Perfil de consumo

Embora o país que mais consuma café seja os Estados Unidos, a ingestão per capita no Brasil é maior. São 4,9 quilos por habitante ao ano no país norte-americano, enquanto o cliente brasileiro consome 6,40 quilos por ano de café cru e 5,12 kg/ano de café torrado e moído, um crescimento de 7,47% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Sobre o consumo regional, quando observadas as indústrias associadas à ABIC, o Sudeste corresponde a 41,8% do total nacional. Em seguida, estão as regiões Nordeste (26,9%), Sul (14,7%), Norte (8,6%) e Centro-Oeste (8%).

Leia também: Preços no supermercado recuam 4,22% em 2023 e fazem consumo nos lares crescer 3,09%

“Outra observação que a gente pondera sempre foi a parceria com o varejo”, diz Pavel Cardoso ao destacar que a presença de novos rótulos e tipos de café nos supermercados também contribuem para o maior interesse do brasileiro. “Isso deixa o consumidor muito mais suscetível a experimentar novas qualidades e essa riqueza sensorial que o café proporciona, e a resposta veio com o consumidor”, afirma.

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