EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Plano Safra: o que se sabe sobre o financiamento para 2023/2024

Produtores rurais que cumprirem requisitos socioambientais terão taxas mais atrativas para custear operações da agricultura e pecuária

Produtores rurais que cumprirem requisitos socioambientais terão taxas mas atrativas para custear operações da agricultura e pecuária (Rizoma Agro/Divulgação)

Produtores rurais que cumprirem requisitos socioambientais terão taxas mas atrativas para custear operações da agricultura e pecuária (Rizoma Agro/Divulgação)

Publicado em 16 de junho de 2023 às 18h30.

Última atualização em 16 de junho de 2023 às 18h56.

Em contagem regressiva, produtores rurais aguardam o anúncio do Plano Safra para custear operações de plantio, manutenção, colheita e comercialização da safra 2023/2024. Enquanto agricultores de maior porte conseguem recorrer a crédito em bancos privados, linhas dolarizadas e mercado de capitais, produtores de médio e pequeno porte contam com a política pública de financiamento para o arranque do plantio.

O Ministério da Agricultura ainda não definiu o valor a ser disponibilizado, mas a expectativa do setor é de um montante em torno de 400 bilhões de reais, contra 340,9 bilhões de 2022/2023. No entanto, ainda não há consenso no governo federal entre os valores pedidos pela pasta para equalização de juros e o que a equipe econômica diz ser possível pagar.

Leia também: Barter e descontos: a estratégia da Lavoro para financiar a safra 2023/2024

Segundo a agência Reuters, o Mapa pede 17,5 bilhões de reais para equalização de juros, enquanto o Ministério da Fazenda oferece 4,7 bilhões reais. A alegação do Ministério da Agricultura é que a queda no preço dos grãos exige maior aporte do governo para que os produtores consigam honrar os compromissos da safra 2022/2023 e tenham capital suficiente para investir no calendário 2023/2024. Do contrário, a pasta teme redução na venda de insumos, equipamentos, e menos emprego, como a contratação de safristas -- fatores que impactam diretamente na economia.

Plano Safra 'verde'

O ministro da Agricultura Carlos Fávaro tem falado há meses de um Plano Safra integralmente voltado à agricultura de baixo carbono (ABC). Para além do Programa ABC, já existente como linha de financiamento do BNDES, a expectativa é que haja critérios que, sendo cumpridos, permitam aos produtores ter redução de juros.

Declaração regularizada do Cadastro Ambiental Rural (CAR), uso de defensivos e fertilizantes biológicos, manejo que permita o sequestro de carbono e reflorestamento de áreas degradadas são alguns dos critérios que definirão se os produtores estarão aptos a condições especiais.

Na área de sequestro de carbono, o Ministério propõe um programa chamado “Sempre Verde”, a fim de fomentar a prática da plantas de cobertura no solo, sobretudo no Centro-Oeste, Sul e Bahia.

No caso da pecuária, a redução de taxas estará atrelada à rastreabilidade individual de 100% do rebanho bovino, o uso de 100% de energia fotovoltaica para a avicultura e o uso de biogás com tratamento de dejetos na suinocultura.

Leia também: Agro e Indústria: os próximos passos do governo para o Plano Nacional de Fertilizantes

Redução nos juros

No caso do cumprimento dos critérios, a proposta para um Plano Safra ‘verde’, feita pelo Ministério da Agricultura e discutida com o Ministério do Meio Ambiente, prevê:

  • Redução nos juros de até três pontos, para 9% ao ano
  • Redução em até dois pontos percentuais os juros do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), para até 6% ao ano

O momento exige que os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente e Fazenda entrem em consenso. Além disso, antes de ser colocado nos bancos para distribuição dos recursos, o Plano Safra precisa ser aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne no dia 30 de junho.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAgronegócioCarlos FávaroFernando Haddad

Mais de EXAME Agro

Sorgo e canola: a próxima empreitada da 3tentos no setor de combustíveis

União Europeia aprova adiamento em 12 meses da implementação da lei 'antidesmatamento'

Enquanto Defesa entra no debate, ministérios do agro devem escapar de corte de gastos