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Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (Guilherme Martimon/Ministério da Agricultura/Divulgação)
Alessandra Azevedo
Publicado em 6 de janeiro de 2023 às 15h09.
Ao assumir o comando do Ministério da Agricultura e Pecuária, na segunda-feira, 2, Carlos Fávaro elencou algumas das prioridades da gestão. O ministro se comprometeu a retomar laços com outros países, fortalecer a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e trabalhar em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, em busca de soluções sustentáveis para a produção de alimentos.
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Veja os compromissos do novo governo com o agronegócio:
O primeiro compromisso assumido por Fávaro foi o fortalecimento da Embrapa, empresa pública vinculada ao ministério e responsável por estudos e desenvolvimento de tecnologias para otimizar a produção agrícola no país.
O objetivo é fazer com que a Embrapa continue sendo “orgulho de todos os brasileiros” e possa “preparar a nossa agricultura e pecuária para o grande momento de uma solução de combate à fome e de produção sustentável”, afirmou Fávaro.
Segundo o ministro, o Brasil se tornou “um player quase que incomparável na produção de alimentos” graças ao trabalho da Embrapa. A ciência e a tecnologia fizeram com que o país “galgasse os caminhos e os patamares mais altos” na produção agropecuária mundial, disse.
O ministro iniciou o discurso na cerimônia de transmissão de cargo dizendo que o “primeiro dos desafios” da pasta é garantir que todos os brasileiros tenham acesso a uma alimentação digna. A agricultura "tem papel fundamental nisso", observou.
Fávaro, que se licenciou do mandato de senador para assumir o ministério, lembrou da aprovação da emenda constitucional que ampliou o teto de gastos para garantir o pagamento do Bolsa Família, mas ressaltou que a política de transferência de renda, sozinha, não vai resolver o problema da fome no país.
“Temos que pensar é na renda, na qualificação, no treinamento, na capacitação das pessoas, para que os homens e as mulheres deste país possam, com o suor do seu trabalho, ter dignidade, comprar seu alimento e viver melhor”, disse o ministro.
Fávaro considera a imagem do país em relação às políticas ambientais é um grande gargalo do ministério. Nos últimos anos, com a postura de desrespeito ao meio ambiente, a alta do desmatamento e a falta de incentivos à produção sustentável, “o Brasil se tornou pária mundial”, disse.
“Este é o maior desafio: reconstruir pontes com a comunidade internacional. Não só porque eles querem, mas porque se faz necessário”, afirmou o ministro.
Fávaro garantiu que trabalhará de forma integrada com os ministérios do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, sob liderança de Paulo Teixeira. “A relação com o ministro Paulo Teixeira será íntima”, disse.
O ministro afastou qualquer conflito com outros ministérios e garantiu que "todos se entenderão", porque estão "do mesmo lado". O governo deve priorizar políticas voltadas aos pequenos produtores, que, segundo ele, “não precisam de esmola, precisam da mão amiga do Estado, da presença da política pública”.
No discurso, Fávaro convidou grupos ligados ao agronegócio, como a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) e o Instituto Pensar Agro (IPA), para que ajudem a construir propostas para o setor. “Não para apoiar o governo, mas para que estejam alinhadas, que queiram construir pontes”, disse.
“Uma das minhas maiores missões é pacificar o agronegócio com lideranças que queiram o bem da nossa agropecuária, que queiram o bem do nosso produtor rural, que queiram combater a fome”, afirmou Fávaro. “Queremos ter um alinhamento no desenvolvimento social e na qualificação das pessoas, na geração de oportunidades”, acrescentou.
Os objetivos do ministério, segundo o ministro, passam pelo foco na produção sustentável de alimentos. “Ao precarizarmos o combate ao crime ambiental, estamos matando as galinhas dos ovos de ouro e o futuro das próximas gerações. Isso não será retórica ou um simples discurso. Iremos abrir a porta para o crescimento sustentável da produção brasileira”, prometeu.
“O Brasil é esse grande produtor de alimentos porque tem alguns bons ativos. Gente vocacionada, máquinas de última geração, terras propícias, sementes, tecnologias, tudo à disposição. Mas de nada valeria ter todos esses ativos se não tivéssemos o principal: clima, chuva, abundância da estabilidade climática”, afirmou.
Mais de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil podem ser incorporadas à produção agrícola, “graças à ciência, à Embrapa, que descobriu formas de recuperar o solo”, apontou o ministro. Segundo ele, isso só não é feito hoje por falta de investimento.
Fávaro garantiu que o Ministério da Agricultura se engajará “em um grande programa de crescimento” nesse sentido. A perspectiva é de que, em 20 anos, seja possível dobrar a área plantada no Brasil “sem derrubar uma árvore sequer”. Com isso, mais pessoas terão acesso a emprego e renda, além de “fartura de alimentos”.
O presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, “já compraram a ideia”, disse o ministro.