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MST promete a Haddad desocupar área da Embrapa

Haddad se comprometeu a criar um grupo de trabalho para tratar da situação de terras de devedores da União, e outro para os juros da agricultura familiar

A desocupação da área da Embrapa foi pedida por Haddad, segundo o líder do MST (Joédson Alves/Agência Brasil)

A desocupação da área da Embrapa foi pedida por Haddad, segundo o líder do MST (Joédson Alves/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 20 de abril de 2023 às 20h16.

Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, disse que a área da Embrapa tomada em Petrolina (PE) será desocupada quando for encontrado outro lugar para abrigar as 800 famílias que estão no local.

A desocupação da área da Embrapa foi pedida por Haddad, segundo o líder do MST. Ele disse que também está em negociação com o governo do Espírito Santo para desocupar fazendas da Suzano em Aracruz.

Abril Vermelho e ocupação das terras

Durante a reunião com Haddad no gabinete do ministério em São Paulo, o MST, segundo seu coordenador, levou três reivindicações da campanha "Abril vermelho": aumento dos recursos do Incra para compra de terras da reforma agrária; uma política de crédito especial para financiar a agricultura familiar; e a inclusão da reforma agrária na agenda de desenvolvimento — tirando o tema da "agenda do conflito", contou Rodrigues.

Promessas de Haddad ao MST

Conforme relato do coordenador do MST, Haddad se comprometeu a criar um grupo de trabalho para tratar da situação de terras de devedores da União, e outro para os juros da agricultura familiar. Em entrevista a jornalistas após o encontro, Rodrigues sustentou que, mesmo nos governos anteriores do PT, os assentamentos só saíram quando houve ocupações.

Ele enfatizou a legitimidade da ocupação, comparando a tomada de terras a greves realizadas por sindicatos. "O MST quer defender o direito de fazer luta. A ocupação de latifúndio improdutivo equivale, para nós, a uma greve realizada por sindicato", disse o líder do movimento dos sem-terra, acrescentando que a Constituição, assim como prevê o direito à propriedade, permite o direito de luta dos trabalhadores.

"Enquanto houver latifúndio improdutivo, haverá a luta por reforma agrária", concluiu Rodrigues. Ele atendeu jornalistas quando estava deixando o prédio na avenida Paulista onde fica o gabinete do ministério da Fazenda.

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