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Funcionários recolhem aves sacrificadas por gripe aviária no Japão (Kyodo/Reuters)
Repórter de Agro
Publicado em 18 de julho de 2023 às 13h02.
Última atualização em 18 de julho de 2023 às 13h08.
Na próxima sexta-feira, 21, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, embarcará para o Japão, segundo confirmação da pasta à EXAME. A missão já havia sido anunciada, mas ganhou um agravante. Nesta segunda-feira, 17, o país asiático suspendeu a compra de aves e ovos de Santa Catarina, após um caso de influenza aviária ter sido confirmado pelo Mapa. O Japão já havia embargado as importações de produtos avícolas do Espírito Santo por um caso semelhante.
No sábado, 15, foi confirmado foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves domésticas de subsistência em propriedade no município de Maracajá (SC), onde encontravam-se múltiplas espécies de aves, as quais eram criadas soltas e não eram destinadas à produção de produtos para comercialização.
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"O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lidera uma delegação oficial que se reunirá com autoridades japonesas em Tóquio, na próxima semana, no intuito de que as autoridades do MAFF ajustem as exigências de importação de aves e seus produtos às diretrizes da OMSA", afirma a pasta em nota.
A dependência pelas aves brasileiras se explica pelo próprio histórico que o Japão tem com a gripe aviária. Em 2016, foram sacrificados 310 mil frangos e 16.500 patos devido à doença.
Atualmente, os embarques mensais de carne de frango de plantas catarinenses para o Japão representam menos de 3% do total exportado pelo Brasil. Por outro lado, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), cerca de 73% do frango importado pelo Japão é proveniente do Brasil.
Isso significa que 24% das importações japonesas de frango são originadas no estado, segundo Gustavo Troyano, analista do Itaú BBA.
"Com a medida japonesa, o Brasil agora enfrenta o desafio de realocar cerca de 3% das exportações totais de frango para outros países após a proibição em Santa Catarina", afirma em documento do banco.
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A relevância do estado do Sul coloca o setor avícola em alerta, segundo o banco, pois um embargo prolongado pode levar à quebra de oferta e interrupções na cadeia. "Vemos isso como marginalmente negativo para o mercado brasileiro indústria de frangos até que outros acordos possam ser feitos", diz Gustavo Troyano.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne – SC) lamentam a decisão das autoridades sanitárias do Japão em suspender temporariamente as importações de carne de frango produzidas e exportadas pelo estado.
"A ABPA, a ACAV e Sindicarne – SC esperam que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outras unidades frigoríficas também habilitadas a exportar, localizadas em outros estados – diminuindo, assim, os efeitos negativos para as exportações brasileiras e aos consumidores japoneses", afirmam as entidades também em nota.