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Comerciante entrega troco para consumidora que compra cebolas em feira de São Paulo (REUTERS/Paulo Whitaker)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 14h57.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 15h04.
Os preços da cebola, da cenoura e da batata caíram em quase todo o Brasil em setembro. Os dados foram reportados nesta sexta-feira, 18, no 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o levantamento, a cebola segue com uma queda expressiva em todas as Ceasas. Em comparação com o mês de agosto, o preço médio em setembro recuou 22,27% – o percentual, entretanto, foi menor do que a variação entre agosto e julho, quando a hortaliça depreciou 31,64%.
A desvalorização nas cotações está sustentada por uma oferta crescente e em níveis elevados, com o produto vindo de várias regiões do país.
A cenoura registrou uma queda de 15,02% em comparação com os preços de agosto por causa da oferta elevada e pela "produção satisfatória em todas as áreas produtoras”, afirmou a Conab em nota.
A comercialização da batata também registrou queda em setembro, com recuo de 1,59%, "bem menor do que em agosto e julho", destacou o boletim – a oferta diminuiu em relação a agosto, mas não o suficiente para reverter a tendência de baixa nos preços.
Por outro lado, no mês passado, os preços da alface registraram uma ligeira alta de 2,03%. Apesar disso, os valores continuam em baixos níveis, pois nos meses anteriores houve quedas significativas – em relação à oferta, houve uma diminuição de 4,5% em comparação a agosto, com reduções já observadas nos três últimos meses.
Após vários meses de recuo, o preço do tomate registrou alta de 2,6% em setembro, em comparação com a média de agosto – no entanto, esse aumento não foi uniforme entre as Ceasas.
Em função da distribuição da produção de tomate em várias regiões do país, o preço muitas vezes é influenciado pelas condições das lavouras locais, resultando em variações conforme a proximidade das áreas produtoras.
No setor de frutas, os preços da banana caíram em setembro. Houve um leve aumento na oferta da banana prata, proveniente do norte de Minas Gerais e do centro-sul da Bahia, enquanto a oferta do tipo nanica apresentou uma redução considerável. Com isso, os preços da primeira variedade caíram, enquanto os da segunda subiram.
No caso do mamão, a variedade papaya teve um aumento na comercialização, principalmente nas regiões do norte do Espírito Santo e sul da Bahia – o volume abasteceu as Ceasas do Sudeste, pressionando os preços para baixo nessas localidades.
Para a maçã, observou-se um aumento na comercialização e pequenos reajustes de preço, em meio à redução progressiva dos estoques das classificadoras, devido à quebra de safra na região Sul.
Já os preços da laranja continuaram em alta, atingindo novos recordes, impulsionados pela elevada demanda para a fabricação de suco e pela queda na comercialização em grande parte das Ceasas.