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Lula critica boicote francês à carne brasileira e diz que acordo UE-Mercosul será assinado neste ano

Em meio ao boicote a produtos brasileiros pelo Carrefour na França, parlamentares do país atacaram produtos do Mercosul

Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva speaks during a press conference to present a national plan to combat dengue and other arboviruses, at Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on September 18, 2024. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva speaks during a press conference to present a national plan to combat dengue and other arboviruses, at Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on September 18, 2024. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 11h12.

Última atualização em 27 de novembro de 2024 às 11h20.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira, o ataque à carne bovina brasileira feita por deputados franceses. Ontem, durante a Assembleia Nacional da França, parlamentares repudiaram o acordo em negociação entre a União Europeia (UE) e o Mercosul e teceram críticas a produtos do Brasil.

O episódio acontece em meio a protestos de setores agrícolas no país contra o acordo e a polêmica "crise das carnes", que levou um boicote a produtos brasileiros pelo Carrefour se voltar contra a varejista francesa.

"Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que achincalhou os produtos brasileiros porque nós vamos fazer o acordo do Mercosul, nem tanto pela questão do dinheiro, nós vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer", disse Lula.

O presidente brasileiro afirmou, ainda, que os franceses não têm poder de decisão acerca do acordo, o qual pretende assinar ainda em 2024.

"Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta".

Na terça-feira, em votação simbólica, 484 dos 555 deputados na assembleia validaram a posição do governo de Macron, que buscava um apoio unânime do Parlamento para pressionar a Comissão Europeia nas negociações. Parlamentares colocaram em questão a qualidade, rastreabilidade e padrões sanitários de carnes do Mercosul, e alguns chegaram a comparar o produto com "lixo".

"A realidade é que nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo", disse o deputado Vincent Trébuchet durante a sessão.

Resistência francesa

A perspectiva de um acordo entre União Europeia e Mercosul gera temor entre os agricultores europeus, que temem a entrada massiva de carne bovina, aves e açúcar, entre outros produtos. Na França, os agricultores voltaram a bloquear as estradas com tratores nesta terça-feira em protesto.

A ministra da Agricultura do país, Annie Genevard, declarou que a França rejeita "de forma plena e decidida" o acordo em sua forma atual. Ela classificou a oposição do país como não sendo "doutrinária", já que o governo não se opõe "por princípio" aos acordos de livre comércio.

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