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Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 27 de agosto de 2024 às 18h56.
Última atualização em 27 de agosto de 2024 às 19h18.
A Secretaria de Agricultura de São Paulo divulgou nesta terça-feira, 27, um novo balanço das queimadas no estado, com os impactos nas plantações paulistas.
O levantamento, feito por 36 das 40 Regionais da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), mostra que 6.569 propriedades foram atingidas em 306 municípios paulistas. Na segunda-feira, 26, esse número estava em 3,837 mil.
O maior prejuízo até o momento foi do setor sucroalcooleiro, com R$ 400 milhões, disse o secretário de Agricultura, Guilherme Piai, em evento.
Já a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) disse que os incêndios resultaram em cerca de 80 mil hectares queimados em áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de cana, além de um prejuízo estimado de R$ 500 milhões.
A entidade conta, atualmente, com 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar.
A Raízen, líder global na exportação de açúcar, revelou hoje que 1,8 milhão de toneladas de sua safra estimada para 2024/25, equivalente a 2% do total previsto, foram afetadas pelos incêndios. O impacto inclui tanto a produção direta da empresa quanto a de seus fornecedores.
Por sua vez, a São Martinho, também uma grande produtora com ações negociadas na Bolsa Brasileira (B3), anunciou que cerca de 20 mil hectares de suas plantações foram devastados pelos incêndios. Como resultado, a empresa prevê uma redução de 110 mil toneladas em sua produção de açúcar.
Procurada, a Suzano, empresa de celulose, não informou um levantamento dos impactos em suas agroflorestas.
No sábado, 24, o governo paulista anunciou um pacote de R$ 10 milhões destinado a socorrer os produtores afetados pelas queimadas.
Segundo a Secretaria de Agricultura do estado, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) oferecerá crédito emergencial de até R$ 50 mil com juros zero, destinado ao custeio e à recuperação da produção.
Também será emitido um termo emergencial que protege os produtores contra sanções e multas de órgãos fiscalizadores durante a calamidade, garantindo que não sofram penalidades indevidas.
Além disso, em colaboração com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), a Secretaria integrará as propriedades rurais afetadas aos programas habitacionais estaduais para restaurar moradias danificadas.
O governo paulista também oferecerá uma subvenção de R$ 100 milhões para seguros rurais, com descontos que variam de 25% a 30%, dependendo da cultura – cada produtor poderá receber até R$ 25 mil em subvenções para mitigar os impactos das perdas de produção.
Por fim, a Secretaria disse que negocia com empresas de nutrição animal e insumos agropecuários para proporcionar descontos na compra de itens essenciais para a reconstrução de lavouras e pastos.