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Gripe aviária: Brasil lidera exportação de carne de frango e redobra cuidados sanitários

Produção de carne de frango deve crescer 2% em 2023, segundo ABPA, enquanto embarques ao mercado externo são estimados em 4,8 milhões de toneladas

Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo (Jonas Oliveira/ANPr/Fotos Públicas)

Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo (Jonas Oliveira/ANPr/Fotos Públicas)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 3 de março de 2023 às 18h22.

Antes de entrar em uma granja profissional, qualquer pessoa precisa usar uma vestimenta especial dos pés à cabeça, retirar qualquer adorno do corpo, calçar proteção específica e passar os sapatos em um produto para desinfecção. É este cuidado rigoroso, com o mínimo de contato possível com as aves, que faz da sanidade animal brasileira diferenciada em relação à avicultura no mundo. 

O Brasil lidera a exportação mundial de carne de frango e corresponde a 35% deste mercado global, com vendas para mais de 100 países. Parte desta relevância no setor da proteína se deve ao alto nível de controle sanitário em toda a cadeia produtiva. Por isso, embora o país olhe com apreensão a gripe aviária na Argentina, não há motivos para acreditar que a doença possa chegar e se alastrar em território brasileiro.

"O Mapa e outros órgãos regionais estão redobrando atenção nas zonas de risco, sobretudo no Sul do país. Não há caso nenhum no Brasil e não dá para colocar pânico no mercado. Basicamente, o Brasil segue os principais protocolos de biosseguridade e é muito difícil que nas granjas comerciais tenha essa ocorrência", esclarece Fernando Iglesias, analista de mercado.

Crescimento da produção de frango

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de carne de frango do Brasil em 2023 foi estimada entre 14,6 milhões e 14,75 milhões de toneladas, o que poderia representar crescimento de até 2% ante 2022.

No caso das exportações, Fernando Iglesias diz que é esperado o embarque de 4,8 milhões de toneladas de carne de frango ao longo de 2023. A Argentina, onde já houve confirmação da gripe aviária, exporta a quantidade menos expressiva de 200 mil toneladas. Agora, mediante a doença, o fechamento de um mercado próximo pode favorecer o mercado nacional.

"A Argentina exporta, no ano, metade do volume que o Brasil exporta em um mês. Estados Unidos e Europa já convivem com a doença há muito tempo. Não há substitutos a altura do Brasil em nível de exportação de carne de frango", comenta Iglesias.

Brasil, EUA e UE concentram 71% das exportações

Atualmente os maiores exportadores de carne de frango por volume são Brasil, Estados Unidos e União Europeia. Juntos, representam 71% das exportações de carne de frango. Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetam que essa configuração deve se manter estável até 2031.

Fonte: USDA. As zonas sombreadas representam as projeções de 10anos do USDA.O gráfico é uma seleção dos maiores exportadores, que não representa o total global. (USDA/Divulgação)

"A exportação de carne de frango do Brasil cresceu rapidamente de 2001 a 2021, e o país reconquistou o título de maior exportador de frango do mundo em 2007. O aumento da produção nacional de rações para aves (grãos e soja) ajudou a impulsionar a expansão da produção de aves no Brasil. De 2015 a 2019, a China respondeu por uma média anual de 13% das exportações brasileiras de aves. Em comparação, os Estados Unidos enviaram 1% de suas exportações de aves para a China durante esse período", diz trecho de relatório do USDA de agosto do ano passado. "As exportações brasileiras também aumentaram para os mercados da Europa e do Oriente Médio. O Brasil deverá permanecer como o maior exportador mundial de aves, expandindo para 5,2 milhões de toneladas até 2031."

 

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