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França diz acreditar que imbróglio do Carrefour com o Brasil não afetará imagem do país

A decisão do Carrefour de proibir a carne brasileira na França não afetará a imagem internacional do país, segundo o governo francês

Veto à carne brasileira: Carrefour provoca polêmica na França, enquanto governo brasileiro reage (Carrefour/Divulgação)

Veto à carne brasileira: Carrefour provoca polêmica na França, enquanto governo brasileiro reage (Carrefour/Divulgação)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 16h49.

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A França acredita que o imbróglio envolvendo o Carrefour no Brasil, que decidiu proibir a carne brasileira em suas lojas francesas devido à polêmica em torno do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, não afetará a imagem internacional do país.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês declarou, nesta quinta-feira, 28, que não acredita que “a imagem internacional da França se resuma à marca Carrefour”. Ele afirmou isso em uma coletiva de imprensa semanal, quando foi questionado sobre as possíveis implicações para a imagem da França diante dessa decisão.

Na oportunidade, o porta-voz se limitou a dizer que se tratava de uma decisão da empresa e não cabia a ele comentar sobre o assunto. Não houve nenhum comentário sobre o anúncio feito pelo Carrefour na semana passada, que afirmou que deixaria de vender carne brasileira nos seus supermercados e hipermercados na França, justamente no contexto dos protestos organizados pelo setor agrícola francês contra o acordo comercial entre a UE e o Mercosul.

Reação ao veto da carne brasileira

A situação ganhou um caráter político mais forte esta semana, especialmente após o governo brasileiro afirmar, na terça-feira, que reagirá “com firmeza” a qualquer nova campanha contra os produtos brasileiros. O veto do Carrefour à carne brasileira em suas lojas na França, que representava um volume insignificante para o grupo, gerou uma reação do setor agrícola brasileiro, que respondeu com a suspensão das vendas de carne à subsidiária do Carrefour no Brasil.

O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, pediu desculpas e explicou que a medida de veto à carne do Mercosul foi uma ação tomada “por solidariedade ao mundo agrícola” e se limitava exclusivamente à França. Ele ainda esclareceu que a subsidiária brasileira do Carrefour continuaria vendendo carne brasileira.

 Oposição ao acordo UE-Mercosul

A França tem se oposto categoricamente ao acordo UE-Mercosul, assinado em 2019, após duas décadas de negociações, mas que ficou praticamente congelado devido ao bloqueio, principalmente de Paris. O governo francês considera o acordo extremamente prejudicial para sua agricultura.

Agora, com a Comissão Europeia tentando reativar o acordo para que ele entre em vigor, a oposição dos agricultores franceses voltou a ser um ponto central. Protestos foram organizados para fortalecer essa resistência, e a posição contra o acordo se tornou a principal pauta da campanha atual.

Além disso, as autoridades francesas continuam a pressionar para impedir a implementação do acordo e esta semana o governo organizou um debate com votação na Assembleia Nacional e no Senado para demonstrar que a oposição ao acordo tem um forte apoio entre os parlamentares de todos os partidos. O porta-voz de Exteriores destacou essa posição de rejeição, enfatizando que a França ainda considera o texto “não aceitável tal como está” por várias razões e espera que essa “mensagem forte” seja ouvida por outros países europeus.

A França não está sozinha nessa posição: outros membros da UE também têm demonstrado resistência ao acordo, incluindo a Polônia, que se manifestou contra ele nesta semana.

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