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Expodireto Cotrijal: Cooperativa estima faturamento de R$ 5 bilhões no Rio Grande do Sul

Estiagem dificulta performance de produtores gaúchos e feira em Não-Me-Toque é vista como oportunidade para renegociação de dívidas

 (Assessoria de Imprensa da Expodireto Cotrijal/Divulgação)

(Assessoria de Imprensa da Expodireto Cotrijal/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 6 de março de 2023 às 15h20.

Última atualização em 21 de junho de 2023 às 16h35.

Sob o céu nublado, em que as nuvens escuras aumentam a expectativa pela chuva, começa nesta segunda-feira, 6, a Expodireto Cotrijal, feira agrícola realizada em Não-Me-Toque (RS). Esta é uma das regiões gaúchas afetadas pela seca na safra 2022/2023. O mau rendimento das lavouras torna a feira um ambiente para fechar negócios, mas com cautela.

De acordo com o levantamento da consultoria Agroconsult, a estimativa de produtividade média da safra em curso é de 58,8 sacas por hectare, um salto de 13,4% em relação à temporada 2021/2022. Exceto no Rio Grande do Sul, cujo resultado mediano deve ser de 38 sacas/hectare, expondo os resultados da seca.

Por isso, pelos corredores da Expodireto, o presidente da cooperativa Cotrijal, Nei Manica, diz que o faturamento da feira deve se manter nos R$ 5 bilhões valor próximo ao de R$ 4,9 bi negociados no ano passado. "Com base [na produtividade] do Brasil, menos do Rio Grande do Sul, acreditamos que pode igualar ou superar o resultado do ano passado", declara Nei.

A ressalta sobre a performance das lavouras gaúchas, novamente, se deve ao clima. "Nós tivemos o maior custo de produção da história, temos uma quebra significativa de cerca de 40% da soja e 60% no milho, então vai baixar renda do produtor,  ter menos produção. Precisamos equacionar com os governos a repactuação de investimentos futuros", complementa o presidente Cotrijal.

A soja de variedade tardia ainda é a esperança do produtor gaúcho, mas o ambiente na Expodireto Cotrijal também é de renegociação de dívidas, à medida de pequenos e médios produtores enfrentam dificuldades de arcar os financiamentos sem soja para colher.

Fávaro defende redução da taxa de juros

Neste sentido, o ministro Carlos Fávaro, que esteve na abertura da feira em Não-Me-Toque (RS), defendeu a redução da taxa de juros, o que aliviaria a pressão para os produtores. Ainda assim, ele disse que tem procurado soluções para pequenos, médios e grandes produtores afim de "incentivar o crescimento no campo" independente da decisão do Banco Central.

Com 591 expostitores e mais de 260 mil pessoas esperadas para o decorrer da semana, a Expodireto também se torna a ocasião para aproximação entre produtores, na maioria cooperados, e políticos. Também participaram da cerimonia de abertura da feira o governador Eduardo Leite e os atuais senadores Hamilton Mourão e Tereza Cristina, respectivamente vice-presidente e ministra da Agricultura do governo passado.

"A Expodireto, além de tecnologia e negócios, se tornou um palco de reivindicações políticas. Isso é muito importante, porque aqui os políticos vão entender os processos melhor, podem nos ajudar e vamos modificar e incrementar melhorias nas leis brasileiras para incentivo ao homem do campo", diz Nei Manica.

*A reporter viajou a convite da BASF

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