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Etanol brasileiro entra na mira de Trump como exemplo 'injusto' de tarifas

“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o produto americano", disse a Casa Branca em documento

Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images/AFP)

Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images/AFP)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 17h27.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2025 às 17h52.

O etanol brasileiro entrou na mira do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta quinta-feira, 13, a Casa Branca divulgou um memorando que estabelece as diretrizes para que os EUA implementem "tarifas recíprocas" nas suas importações.

Como justificativa, o governo americano também encaminhou um documento com as justificativas para a medida. O primeiro item da lista é o etanol do Brasil.

“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma taxa de exportação de 18% sobre o produto americano", diz o documento. "Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões para o Brasil."

O relatório também menciona produtos agrícolas da Índia, além de veículos e mariscos da União Europeia.

Desde a campanha para a Casa Branca, o republicano tem acusado os demais países de competição desleal e injusta em relação aos produtos americanos e tenta atrair indústrias de volta aos EUA ao impor tarifas de importação a produtos diversos.

Na semana passada, Trump assinou ações executivas que impõem tarifas sobre as importações de aço e alumínio. O presidente americano determinou uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio e cancelou as isenções e cotas livres de impostos para grandes fornecedores, como Canadá, México, Brasil e outros países.

Impactos ao Brasil

A ação deverá afetar o comércio com o Brasil. Com a medida, os EUA passarão a impor taxas sobre países que cobram impostos de importação sobre produtos americanos.

Em 2024, o Brasil exportou US$ 40 bilhões em produtos aos Estados Unidos. Os principais itens exportados pelo Brasil para os EUA no ano passado foram óleos brutos de petróleo, produtos semi-acabados de ferro ou aço, aeronaves e suas partes e café não-torrado.

O Brasil cobra impostos e taxas variadas, a depender do produto e da origem. Como regra geral, o país cobra um imposto de importação (II), baseado na TEC (Tarifa Externa Comum do Mercosul), cuja alíquota varia de 0 a 20%.

A TEC não é aplicada a produtos tratados por outros acordos e resoluções, como veículos automotivos, autopeças, brinquedos e de informática. Além disso, os produtos podem ser sujeitos a IPI, PIS, Cofins e medidas compensatórias.

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