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Fertilizantes: crise energética na Europa deve elevar preço do insumo (Getty Images/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 20 de setembro de 2021 às 09h46.
A crise energética na Europa também atinge os setores de fertilizantes e de carne, o que pode reduzir ainda mais a oferta de alimentos e elevar os preços já altos.
Grandes produtoras de fertilizantes como Yara International e CF Industries disseram que os crescentes custos da energia levam à interrupção da produção de nutrientes essenciais para o cultivo. As paralisações também podem atingir outras partes da cadeia alimentar ao limitar a oferta de dióxido de carbono, usado como método de insensibilização de animais para abate e em embalagens que aumentam a validade de produtos alimentícios.
É mais um obstáculo para abatedouros, onde a escassez de mão de obra aumentou o número de suínos em fazendas, e coincide com preços dos alimentos perto dos maiores níveis em uma década. A Associação Britânica dos Processadores de Carne (BMPA) alertou que a oferta de CO2 pode acabar dentro de duas semanas, obrigando unidades de abate a fecharem justo quando produtores de suínos já enfrentam a perspectiva iminente de sacrificar animais.
“É bastante alarmante”, disse Nick Allen, presidente da associação, que já antecipava um forte impacto “a menos que em algum lugar do mundo - idealmente aqui na Europa - haja suprimentos disso que possam substituir essa quantidade de CO2 muito rapidamente”.
O dióxido de carbono - um derivado da produção de fertilizantes - também é usado na embalagem de produtos de carne e legumes. As carnes bovina e ovina seriam menos afetadas pela falta de CO2, mas podem perder cinco dias de validade devido a problemas de embalagem, disse a BMPA. Fabricantes de refrigerantes também monitoram a situação do CO2 e buscam fontes alternativas, disse a Associação Britânica de Refrigerantes.
Autoridades do governo do Reino Unido estão em negociações com o setor de carnes sobre a questão do CO2, de acordo com uma pessoa a par do assunto, que pediu para não ser identificada.
A paralisação da produção no setor de fertilizantes mostra o impacto dos altos preços da energia em indústrias intensivas em eletricidade no Reino Unido, disse o Grupo de Usuários de Energia Intensiva, que pediu medidas imediatas para manter a competitividade da indústria britânica.
No início da semana, a CF Industries disse que está fechando duas fábricas no Reino Unido devido aos altos custos da energia. Na sexta-feira, a Yara disse que na próxima semana reduzirá cerca de 40% da capacidade de produção de amônia na Europa, já que os preços recordes do gás afetam a produção.
A Yara comercializa cerca de 30% da amônia mundial, que é usada em fertilizantes, mas também nos setores automotivo, têxtil, de saúde e cosméticos. A empresa, que planeja cortar a produção em várias fábricas, produz amônia na Europa em unidades nos Países Baixos, Alemanha, Noruega, Itália, França, Reino Unido e Bélgica.
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