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Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 12h52.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 13h21.
Os preços do milho no Brasil continuam em alta e estão próximos de alcançar R$ 70 a saca, informou nesta segunda-feira, 21, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Este patamar foi observado pela última vez em janeiro deste ano.
O indicador do Cepea, que é baseado na região de Campinas (SP), chegou a R$ 68,77 a saca de 60 quilos na última sexta-feira, 18, representando uma alta de 6,95% desde o início de outubro – o valor mais próximo de R$ 70 foi registrado em 9 de janeiro.
Segundo os pesquisadores do Cepea, a valorização se deve principalmente à retração de vendedores no mercado, enquanto compradores buscam recompor seus estoques. Mesmo com o avanço do plantio da safra verão, que costuma exercer pressão de baixa sobre os preços, o cenário de alta continua prevalecendo.
Além disso, previsões meteorológicas indicam chuvas para grande parte das regiões produtoras, o que pode beneficiar a produção do cereal no longo prazo. No entanto, a demanda de curto prazo e as incertezas climáticas mantêm o mercado aquecido.
Um relatório recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que a produção agregada de milho para a safra 2024/25 deverá alcançar 119,74 milhões de toneladas, o que representaria um crescimento de 3,5% em comparação ao ciclo 2023/24.
Mais otimista, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima em 127 milhões de toneladas a safra 2024/25 de milho do Brasil em seu último relatório de oferta e demanda. Cabe destacar que o USDA revisou para baixo as importações de milho da China, agora estimadas em 19 milhões de toneladas para a safra 2024/25, ante 21 milhões de toneladas anteriormente.
Os preços da soja no mercado spot brasileiro, por outro lado, continuam pressionados por causa da oferta global recorde e dos estoques elevados, diz o Cepea. No entanto, a valorização do dólar frente ao real ajudou a limitar uma queda mais acentuada nos preços da commodity.
De acordo com colaboradores do Cepea, a irregularidade das chuvas tem deixado sojicultores brasileiros em alerta, o que contribui para o recuo nas comercializações – o clima instável afeta diretamente o andamento das lavouras e aumenta a cautela entre os produtores.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve, pelo quinto mês consecutivo, sua estimativa para a produção de soja no Brasil em 169 milhões de toneladas, segundo seu relatório mensal de oferta e demanda.
Em nível global, a produção do grão deve atingir 428,9 milhões de toneladas, um aumento de 8,6% em relação à temporada 2023/24, aponta a projeção do USDA.