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Ministério da Agricultura declara emergência para influenza aviária; 8 casos foram confirmados

Ato vale por 180 dias, a fim de evitar que a doença chegue na produção de aves de subsistência e comercial

Gripe aviária: casos confirmados no ES e RJ foram identificados em aves silvestres (Hector Guerrero/AFP/Reprodução)

Gripe aviária: casos confirmados no ES e RJ foram identificados em aves silvestres (Hector Guerrero/AFP/Reprodução)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 23 de maio de 2023 às 18h06.

Última atualização em 23 de maio de 2023 às 19h21.

Devido ao aumento de casos confirmados de influenza aviária no Brasil, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional. A infecção pelo vírus H5N1 chegou a oito aves silvestres, das quais sete estavam no estado do Espírito Santo e uma no Rio de Janeiro.

A medida, publicada na edição extra do "Diário Oficial da União" desta segunda-feira, 22, vale por 180 dias e é mais uma medida do governo para evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial.

“A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais — nas três instâncias: federal, estadual e municipal — e não governamentais. Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e material tecnológico necessário para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, explica Fávaro.

Durante o programa "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira, 23, o ministro reforçou que os casos em aves silvestres não influenciam na comercialização da proteína animal que chega aos consumidores. "Não há interferência na produção industrial e o público pode consumir tranquilamente", afirmou. Também não há mudanças no status brasileiro de livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) perante a Organização Mundial de Saúde Animal, exatamente por não haver registro na produção comercial. 

Leia mais: Carlos Fávaro defende marco temporal e diz que Lula quer melhorar relação com o agronegócio

A portaria publicada no "DOU" também prorroga, por tempo indeterminado, a suspensão de realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, silvestres, exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.

Alto nível de biosseguridade

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está acompanhando a evolução dos casos junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária, reforçando a convocação a avicultores do Brasil para a manutenção da biosseguridade dos plantéis, atendendo às diretrizes estabelecidas pelo governo e agroindústrias.

Luciana Dalmagro: aos 34 anos, é a primeira de quatro gerações de fazendeiros a fazer MBA em negócios. Hoje, ela é a gestora da granja da família, uma das maiores do país (Germano Lüders/Exame)

Luciana Dalmagro, avicultora no município de Sales de Oliveira, interior de São Paulo, observa que o aumento de casos da gripe aviária é uma realidade em toda a América Latina, mas o nível de biosseguridade brasileira é elevada, com rígidos padrões de segurança mesmo antes da pressão da gripe aviária.

"Não somos autorizados a receber visitas, há desinfecção de veículos, ferramentas, tratores e tudo que entra na granja. Então, neste momento, o que nos cabe como produtores é aumentar ainda mais os cuidados e reforçar os protocolos", afirma.

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