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China pode ser a mais afetada por parada da JBS após ataque cibernético

Qualquer interrupção prolongada da oferta de carne bovina na China pode elevar ainda mais os custos e reforçar temores de inflação dos alimentos

A JBS, maior produtora de carne do mundo, disse que fez progresso “significativo” para resolver o ataque (Chet Strange / Correspondente/Getty Images)

A JBS, maior produtora de carne do mundo, disse que fez progresso “significativo” para resolver o ataque (Chet Strange / Correspondente/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 2 de junho de 2021 às 11h21.

Última atualização em 2 de junho de 2021 às 20h50.

Uma paralisação prolongada das operações da JBS pode atingir a China com mais força, já que o país é o maior comprador mundial de carne bovina e responde por quase um terço da receita de exportação da produtora.

A China também é um mercado importante para os embarques de carne bovina da Austrália, onde um amplo ciberataque paralisou os frigoríficos da JBS desde o fim de semana, além de todas as unidades nos Estados Unidos e pelo menos uma no Canadá. Os preços da carne bovina na China já estão perto de um recorde, e qualquer interrupção prolongada da oferta pode elevar ainda mais os custos e reforçar temores de inflação dos alimentos.

A JBS, maior produtora de carne do mundo, disse que fez progresso “significativo” para resolver o ataque e que a maioria das instalações deve retomar as operações na quarta-feira. Ainda não está claro quais unidades voltarão a operar, e há risco de que alguns lugares possam enfrentar escassez de carne e aumento dos preços de varejo. As operações na unidade de Longford, no estado da Tasmânia, Austrália, devem retomar as operações na sexta-feira.

“Com a JBS fora por qualquer período, isso certamente causará um problema no sistema, porque a empresa é um player importante”, disse por telefone Matt Journeaux, secretário da filial de Queensland do Sindicato dos Funcionários da Indústria de Carne da Australásia.

Esse risco não será minimizado pelo governo de Pequim. A segurança alimentar tem sido prioridade na agenda política da China, especialmente antes do 100º aniversário da fundação do Partido Comunista neste ano. Inundações, epidemias e tensões comerciais aumentaram a pressão sobre o governo para garantir o abastecimento de alimentos, com medidas que vão desde o aumento da produção até elevar as importações. No entanto, os preços da carne de porco, o alimento básico do país, caíram, o que pode compensar alguns desses temores.

A JBS possui unidades em 20 países. A empresa é a maior processadora de carne e alimentos da Austrália e sua unidade de Dinmore é o maior frigorífico de carne bovina do hemisfério sul. Nos Estados Unidos, as instalações da JBS respondem por quase 25% do fornecimento de carne bovina americana.

Enquanto o governo de Pequim proibiu produtos de vários frigoríficos australianos em meio às tensões políticas, a JBS continua sendo a principal fornecedora de carne bovina da China. Em termos globais, a Ásia é o destino de cerca da metade das exportações da JBS, sendo que a China responde por cerca de 31%, o Japão por 11%, e a Coreia do Sul por aproximadamente 8%.

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