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Carnes e café disparam preços dos supermercados de São Paulo em 2024, com inflação de 6,02% no ano

Apesar das altas em carnes e café, a categoria de produtos in natura apresentou deflação no ano passado, ajudando a mitigar parte da inflação

Supermercado em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)

Supermercado em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 11h29.

Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 13h57.

Fazer supermercado em São Paulo ficou mais caro em 2024. Os preços dos alimentos registraram uma alta acumulada de 6,02%, impulsionada pelos aumentos nas carnes e no café, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS). O indicador é calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe. Em dezembro, o índice avançou 0,75%.

As carnes bovinas registraram uma alta expressiva de 6,12% em dezembro, acumulando um aumento de 26,79% no ano.

Entre os cortes com os maiores aumentos de preços em 2024, destacaram-se o acém (36,1%), o braço (34,3%), o músculo (32,6%), o patinho (31,5%) e a costela bovina (25,8%). Já a picanha, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registrou alta de 19,37% no ano.

De acordo com a APAS, a alta nas carnes foi impulsionada pela desvalorização do real frente ao dólar, que favoreceu as exportações da proteína e restringiu a oferta no mercado interno. Além disso, o aumento da demanda doméstica durante as festas de fim de ano pressionou ainda mais os preços.

As carnes suínas acumularam um aumento expressivo de 25,31% em 2024, com alta de 2,05% em dezembro. O destaque foi o lombo com osso, que subiu 3,11%, seguido pelo pernil, que subiu 3,09% no mês. O aumento foi atribuído à forte demanda no mercado interno e externo, combinada com uma oferta restrita de animais para abate.

As aves, por sua vez, apresentaram alta de 13,30% no ano. Em dezembro, o segmento avançou 3,08%, com destaque para o peru, que subiu 5,33%, impulsionado pela demanda sazonal típica das festas de fim de ano. Já os pescados tiveram aumento de 2,19% no mês, com destaque para a corvina (6,59%) e o camarão (2,31%).

Preços do café disparam

O segmento de produtos industrializados encerrou 2024 com inflação acumulada de 5,82%. O café foi o maior responsável pela alta do segmento, com aumento de 43,31% no ano – o maior índice entre todos os itens calculados pelo IPS. Em dezembro, o café em pó registrou uma alta de 8,74%.

De acordo com a APAS, o aumento foi causado pela escassez de oferta global do grão, resultado de condições climáticas adversas no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores mundiais da commodity. A baixa produção de grãos arábica e robusta foi o principal fator que pressionou os preços, impactando diretamente o consumidor final, diz a entidade.

Cereais e produtos in natura

Apesar das altas em carnes e café, a categoria de produtos in natura apresentou deflação em 2024, ajudando a mitigar parte da inflação. Em dezembro, os preços caíram 3,26%, e o acumulado no ano registrou retração de 6,37%.

Entre os cereais, o feijão apresentou queda de 0,72% em dezembro, enquanto o arroz teve leve recuo de 0,38%. Esses movimentos contribuíram para aliviar o impacto dos aumentos observados em outros segmentos, como carnes e industrializados.

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