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(Stringer/Agência Brasil)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 07h00.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 08h58.
Os preços dos fretes rodoviários na região Sudeste tiveram um crescimento expressivo de 6,7% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
Levantamento feito com exclusividade para a EXAME pela plataforma Frete.com, que reúne 900 mil caminhoneiros e 25 mil empresas, mostra que esse foi o maior aumento registrado entre todas as regiões brasileiras no período.
O crescimento está relacionado à alta demanda por transportes na região, que é economicamente a mais forte do país, diz à EXAME, Federico Vega, CEO da Frete.com.
“Quando a economia começa a melhorar, a primeira consequência é que não há caminhões suficientes para atender à demanda. Isso leva a um aumento nos preços, já que os concorrentes começam a oferecer mais para os caminhoneiros”, diz Vega.
No primeiro semestre de 2023 o preço médio do frete no agro era de R$ 6,20 por quilômetro rodado. No mesmo período deste ano, o valor subiu 4,7%, para R$ 6,49. De acordo com o CEO, os dados mostram uma clara tendência de crescimento de preços para os próximos meses.
“Apenas nos meses de julho e agosto de 2024, os preços dos fretes agro subiram de R$ 6,62 para R$ 6,71 por quilômetro, respectivamente, indicando que a demanda por transporte agrícola continuará forte”, afirma.
“Nos próximos seis meses, à medida que a demanda por soja e milho aumenta, podemos esperar uma elevação nos preços, já que haverá poucos caminhões disponíveis para atender a essa demanda.”
A elevação dos preços dos fretes pode pressionar ainda mais a já apertada margem do produtor, que vem sendo comprimida desde a safra 2022/23, quando problemas climáticos afetaram as produções agrícolas.
Para Haroldo Torres, economista e sócio-diretor da consultoria PECEGE, o cenário da temporada 2024/25 pode forçar o agricultor a vender em momentos desfavoráveis para mitigar os custos logísticos.
“Isso torna a operação mais dependente de uma infraestrutura eficiente e de políticas públicas que evitem gargalos e prejudiquem a viabilidade econômica", diz. O alerta vale especialmente para culturas de alto volume de transporte, como soja e milho.