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Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 5 de agosto de 2024 às 18h07.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil e o Ministério da Agricultura do Chile (Minagri) anunciaram um acordo nesta segunda-feira, 5, para fomentar o desenvolvimento dos sistemas agropecuários por meio da implementação conjunta de programas, projetos e eventos nas diferentes áreas de interesse comum — os chilenos já apresentaram interesse no programa de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e no Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC+).
O Zarc foi implementado no Brasil a partir de 1996 com o objetivo de delimitar municípios e épocas de plantio com base no risco agroclimático. O Plano ABC é uma estratégia setorial vinculado às diretrizes da Política Nacional sobre Mudança do Clima e relativo aos compromissos internacionais assumidos na COP-15.
"A boa relação brasileira com o mundo significa mais oportunidades. Cada dia mais estamos ganhando espaços e oportunidades", afirmou o ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro.
Além do acordo, o Brasil e o Chile assinaram um Memorando de Entendimento para a certificação eletrônica de vinhos e bebidas alcoólicas, que pretende aprimorar a eficiência na troca de certificados oficiais e permitir uma transmissão contínua e digital dos documentos.
O Brasil espera que a adoção da tecnologia agilize o fluxo de vinhos chilenos para o Brasil e elimine a necessidade de certificados físicos de análise e origem. De acordo com dados de 2022 da Organização Internacional do Vinho, o Chile é o quarto maior exportador global da bebida, com mais de 8 milhões de litros.
O segundo acordo é um aditivo ao memorando existente sobre o reconhecimento mútuo da Certificação Orgânica — o aditivo tem como objetivo alinhar as normas de produção orgânica entre os dois países, facilitando o comércio bilateral e incentivando a participação de pequenos e médios produtores no mercado de exportação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira com o presidente do Chile, Gabriel Boric, e os chefes da Suprema Corte e Congresso chilenos. A viagem estava marcada para dois meses atrás, mas foi adiada por causa das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, afirmou à EXAME, nesta segunda-feira que são esperados anúncios de investimentos de R$ 82 bilhões de empresas brasileiras e chilenas nos dois países. Desse total, R$ 50 bilhões devem ser aportados apenas no Brasil.
Esses anúncios devem ocorrer durante o Foro Empresarial Chile e Brasil, realizado pela Apex nesta segunda, em Santiago, capital chilena. Um dos mais aguardados é a compra de 9 aeronaves da Embraer pela Latam. Até o momento, o presidente Lula, acompanhado por uma comitiva interministerial, assinou 17 acordos e tratativas sobre diversos temas.