As exportações brasileiras de arroz (base casca) ultrapassaram meio milhão de toneladas no primeiro semestre de 2024, queda de 31,7% em relação ao mesmo período de 2023. As vendas externas totalizaram 556,4 mil no período, com uma receita de US$ 219,9 milhões, recuo de 22,1% ante o primeiro semestre do ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 12, pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Por outro lado, aos embarques de arroz beneficiado, o produto maduro que se encontra desprovido da casca, nos primeiros seis meses de 2024 chegaram a 446 mil toneladas, totalizando US$ 175,3 milhões. Em 2023, o Brasil exportou 383,7 mil toneladas desse tipo de arroz, com uma receita de US$ 120 milhões, o que representa um aumento de 16,2% em volume e 46% em receita.
De acordo com a gerente de exportação da Abiarroz, Beatriz Sartori, as enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do cereal, afetaram severamente a infraestrutura e a logística. “Estradas foram destruídas, regiões ficaram isoladas por longos períodos e houve alterações no calado do Porto de Rio Grande. Esses fatores têm impactado fortemente os resultados das exportações brasileiras, pois dificultam e encarecem a logística.”
-
1/17
Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
-
2/17
Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)
(Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre)
-
3/17
Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A água e a lama tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)
(Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre)
-
4/17
Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP
(Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre)
-
5/17
Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta, entre os municípios de Lajeado e Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, Brasil, em 21 de maio de 2024. O Rio Grande do Sul experimentou um desastre climático severo, destruindo pelo menos seis pontes e causando interrupções generalizadas no transporte. O exército respondeu construindo pontes flutuantes para pedestres, uma solução temporária e precária para permitir que a infantaria atravesse rios durante conflitos. (Foto de Nelson ALMEIDA / AFP)
(Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta)
-
6/17
Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 26 de maio de 2024. O estado sulista do Rio Grande do Sul está se recuperando de semanas de inundações sem precedentes que deixaram mais de 160 pessoas mortas, cerca de 100 desaparecidas e 90% de suas cidades inundadas, incluindo a capital do estado, Porto Alegre. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre)
-
7/17
Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi)
-
8/17
Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Esta é a segunda enchente histórica que Marks enfrenta aos 94 anos de idade. A primeira foi em 1941, quando ele morava no centro de Porto Alegre. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi)
-
9/17
(Um trabalhador usa uma mangueira de alta pressão para remover a lama acumulada pela enchente)
-
10/17
(Destruição no RS após chuvas e enchentes)
-
11/17
Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 14 de maio de 2024. Foto de Anselmo Cunha / AFP
(Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi)
-
12/17
Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
(Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria)
-
13/17
Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”
(Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”)
-
14/17
Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS))
-
15/17
(Imagem aérea da destruição no Rio Grande do Sul - Força Aérea Brasileira/Reprodução)
-
16/17
Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 13 de maio de 2024. Foto de Nelson ALMEIDA / AFP
(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas)
-
17/17
(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul)
Além disso, a gerente pontua que as conjunturas globais tem afetado o setor. “Além da menor disponibilidade de rotas provocada pela alteração do calado no Porto de Rio Grande, há uma alta nos fretes marítimos em todo o mundo, pressionada pelos ataques aos navios no Mar Vermelho devido à guerra entre Israel e Hamas.”
Em termos de importações, o Brasil adquiriu 813,8 mil toneladas de arroz no primeiro semestre deste ano, com um desembolso de US$ 356,3 milhões, um aumento de 11% em volume.
Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços do arroz têm operado próximo da estabilidade ao produtor no Rio Grande do Sul, oferecendo um patamar de preços vantajoso para os produtores que conseguiram colher sem os impactos das enchentes. A projeção do mercado, que equilibra oferta e demanda de arroz, sugere que os preços devem permanecer remuneradores ao longo de 2024 e a expectativa "é de acentuada expansão de área do grão em todo o país", afirmou o órgão.
Programa Arroz da Gente
No começo do mês, o governo lançou o programa "Arroz da Gente", uma iniciativa para incentivar a produção de arroz em diversos estados e fortalecer a agricultura familiar. O programa oferecerá, além do apoio financeiro, fomento, acompanhamento técnico, garantia de comercialização e facilitará o acesso a tecnologias adaptadas à realidade local, como pequenas máquinas, colheitadeiras e silos secadores de pequeno porte.
"É determinação do presidente Lula que a gente plante mais arroz, que a gente tenha arroz como temos soja, milho, carne bovina e suína, aves. Em abundância. Se sobrar, vamos exportar, gerar renda no campo e excedentes na balança comercial brasileira”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante o lançamento.
Com a iniciativa, cerca de 10 mil famílias produtoras deverão receber incentivo para aprimorar o cultivo de arroz — a expectativa do governo é de que a ação atenda inicialmente 200 municípios de 14 estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Norte e Sudeste do país. Além disso, as medidas serão implementadas em cidades do Maranhão, Alagoas, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais.