EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Argentina deve atingir 21 milhões de toneladas de trigo em 2024/25; entenda como isso afeta o Brasil

País vizinho desembarcou 2,26 milhões de toneladas do grão no mercado nacional em 2023

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 13 de junho de 2024 às 15h50.

Última atualização em 13 de junho de 2024 às 17h28.

A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) divulgou nessa quinta-feira, 13, que a Argentina deve colher 21 milhões de toneladas de trigo na temporada 2024/25. Segundo as estimativas do órgão local, o país deve plantar 6,94 milhões de hectares na referida safra, 1,4 milhão de hectares acima da safra anterior.

A BCR disse que, se o clima argentino contribuir, a produção tem potencial de ultrapassar a projeção de 21 milhões de toneladas – nos últimos ciclos, as lavouras do país foram atingidas por secas no centro e norte do país, especialmente nas zonas mais afetadas pela praga da cigarrinha.

Na quarta-feira, 12, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou de 17 milhões de toneladas para 17,50 milhões de toneladas sua projeção para a safra 2024/25 de trigo da Argentina.

"Pãozinho" pode ficar mais caro?

A Argentina é o principal exportador de trigo para o Brasil e, no ano passado, o país vizinho desembarcou 2,26 milhões de toneladas do cereal no mercado nacional, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo). Contudo, a participação da Argentina foi afetada em virtude da quebra de safra – algumas projeções apontam para uma colheita de pouco mais de 15 milhões de toneladas do cereal na safra 2023/24.

Para o presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa, uma eventual queda na produção argentina não tem potencial para afetar os preços do trigo no Brasil. No início de junho, a entidade solicitou ao governo federal a ampliação da cota de importação de trigo de países fora do Mercosul, isenta da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10%.

A medida visa evitar que eventuais altas nos preços sejam repassadas ao consumidor, o que poderia encarecer a farinha e, consequentemente, o pão e seus derivados – atualmente, o volume permitido para importação sem a taxa é de 750 mil toneladas.

Ainda, de acordo com Barbosa, é necessário monitorar a forma que as cotações vão se comportar nas bolsas mundo afora, já que há muita volatilidade nas negociações. A Rússia, um dos principais exportadores de trigo para o Brasil, deve colher 83 milhões de toneladas nesta temporada, segundo o USDA, em virtude das geadas nas principais regiões produtoras do país – algumas casas de análises, mais pessimistas, têm revisado suas projeções entre 83 e 81 milhões de toneladas.

Acompanhe tudo sobre:ExportaçõesAgronegócio

Mais de EXAME Agro

União Europeia aprova adiamento em 12 meses da implementação da lei 'antidesmatamento'

Enquanto Defesa entra no debate, ministérios do agro devem escapar de corte de gastos

Safra 2025/26: SLC Agrícola projeta margens apertadas e rentabilidade semelhante à de 2024/25