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(JUAN MABROMATA/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 5 de maio de 2021 às 21h25.
A Argentina, onde a carne predomina nos cardápios, os cidadãos estão sendo instruídos a reduzir o consumo para ajudar o meio ambiente.
O governo da Argentina, que tradicionalmente rivaliza com o vizinho Uruguai como a capital mundial da carne vermelha, quer que as pessoas deixem de comer carne bovina um dia por semana, em meio aos esforços para atingir metas climáticas.
O Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha Segundas-feiras Verdes esta semana para reduzir a quantidade de gases de efeito estufa produzidos pela pecuária, o maior contribuinte para as emissões da Argentina, com uma participação de 22%. O programa incentiva a substituição de todos os tipos de carne por proteínas de origem vegetal.
Claro, segundas-feiras sem carne não são novidade - o primeiro esforço global começou em 2003 -, mas a adoção da iniciativa na Argentina mostra a força da batalha contra a mudança climática.
A campanha não agradou pecuaristas. A carne bovina “é uma marca de identidade nacional e um produto que nos representa no mundo como nenhum outro”, disse a Sociedade Rural Argentina em comunicado que se opõe à iniciativa.
Na verdade, atualmente os argentinos não comem tanta carne como antigamente.
Com a recessão econômica prolongada, o consumo anual de carne bovina per capita caiu para 49 quilos, a primeira vez que ficou abaixo de 50 kg em quase duas décadas, e muito menos do que o pico de 70 kg em 2009, de acordo com a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (CICCRA). O consumo dos EUA ainda é pequeno em comparação. Em 2018, o americano médio consumia 25 kg.