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O objetivo é evitar que haja especulação sobre o preço do produto, com aumento para o consumidor. (Guilherme Martimon/MAPA)
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2024 às 20h29.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta terça-feira que o governo federal irá editar uma medida provisória para viabilizar a importação de 1 milhão de toneladas de arroz para suprir as perdas com as inundações do Rio Grande do Sul. O objetivo é evitar que haja especulação sobre o preço do produto, com aumento para o consumidor.
Mais cedo em entrevista a rádios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia falado sobre a possibilidade de importar arroz por causa das chuvas no estado, que concentra 70% da produção nacional.
Segundo o ministro, a compra deverá ser feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, no mercado externo.
"O Rio Grande do Sul detém 70% da produção de arroz do Brasil. Tivemos perdas de arroz que estava nos armazéns alagados. Além disso, a grande dificuldade é a logística, tirar o arroz do Rio Grande do Sul e levar para o centro de distribuição. Está sendo preparada a MP autorizando a Conab a fazer compras na ordem de 1 milhão de toneladas", disse Fávaro, após reunião sobre a tragédia, no Palácio do Planalto.
A previsão neste ano para o RS era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas, mas esse cálculo foi feito antes das chuvas. O mercado brasileiro de arroz é relativamente ajustado e a produção nacional se aproxima do consumo doméstico que, anualmente, é em cerca de 10 milhões de toneladas.
A Conab aponta que os períodos de chuva excessiva ou secas severas causam impedimentos no cultivo do arroz, o que reflete em redução de área e perdas significativas na produção. Quando isso acontece, gera pressão sobre os preços internos do produto e ocorre uma redução no consumo. Com isso, para suprir a demanda, o país recorre a importação do produto para reabastecer os estoques.
O Brasil importa cerca de 1 milhão de tonelada por ano, a maior parte do Paraguai, que entra via terra por Mato Grosso do Sul. Por isso, a tendência é que a maior parte da importação também seja do Paraguai.
O objetivo do governo é importar e vender o grão para o mercado local.
"Quero deixar claro: o governo não pensa em hipótese alguma concorrer com os produtores de arroz, mas temos que compreender os problemas", disse.
O ministro frisou que o produto importado não será vendido para atacadistas para não prejudicar os agricultores. O arroz será direcionado diretamente a mercados de bairros periféricos das grandes cidades.