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15% da dívida só irá ser paga em 2028, com parcelamento até 2040 (Divulgação/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 22h05.
A distribuidora de insumos Agrogalaxy, que pediu recuperação judicial em setembro do ano passado, registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre de 2024. O resultado é quase 18 vezes maior em comparação com os R$ 89 milhões de prejuízo no mesmo período de 2023. O balanço era para ter sido divulgado em 13 de novembro do ano passado, mas veio ao mercado somente nesta segunda.
A receita líquida caiu 48,6% no período de julho a setembro em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 1,2 bilhão. As vendas da divisão de insumos caíram 43,8%, para R$ 733 milhões. As vendas da divisão de grãos caíram 54,4%, para R$ 485,7 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou negativo em R$ 1,2 bilhão — entre julho e setembro de 2023 ficou no azul em R$ 74,4 milhões.
A empresa detalhou em comunicado que está concentrada em três pilares: otimização do mix de vendas com ênfase em produtos especializados; redução de despesas — nos 12 últimos meses já houve economia superior a R$ 150 milhões; e melhorias na gestão do capital de giro, com negociações mais eficientes de prazos de pagamento e ajustes nos estoques.
No plano, a empresa propõe que os credores quirografários — aqueles sem garantia — que se comprometerem a não litigar contra a companhia, aprovarem o plano e continuarem fornecendo insumos a preços de mercado e com pagamento a prazo, tenham o valor de seus créditos preservado.
O pagamento será realizado com carência de três anos e prazo até 2034, corrigido pela inflação. Para para os credores que não aceitarem essas condições, o Agrogalaxy propõe um corte de 85% dos créditos.
Os 15% restantes só começarão a ser pagos em 2028, com parcelamento até 2040, corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao ano. A companhia justifica essa proposta como uma forma de garantir a continuidade imediata das operações e a manutenção do fornecimento de insumos.
O plano também tem o objetivo de equacionar a maior parte de sua dívida, uma vez que os créditos quirografários (que incluem fornecedores de insumos e credores financeiros) representam R$ 3,7 bilhões dos R$ 3,8 bilhões registrados na lista de credores.