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Agrogalaxy tem plano de recuperação judicial aprovado por credores em assembleia

Com a aprovação, a empresa agora pode homologar o plano e iniciar o processo de pagamento dos débitos

IPO AgroGalaxy (B3/Divulgação)

IPO AgroGalaxy (B3/Divulgação)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 10 de abril de 2025 às 09h07.

Última atualização em 10 de abril de 2025 às 09h14.

A distribuidora de insumos agrícolas AgroGalaxy, juntamente com suas 13 controladas, aprovou seu plano de recuperação judicial após quase 12 horas de assembleia com credores. Com a aprovação, a empresa agora pode homologar o plano e iniciar o processo de pagamento dos débitos.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 10, a companhia informou que o plano apresentado inclui ajustes para atender às demandas dos grupos de credores durante as negociações.

"Dentre os pontos discutidos, destaca-se a criação da UPI Carteira de Recebíveis, cuja venda visa gerar recursos para o caixa da empresa e garantir a continuidade de suas operações, assegurando o cumprimento do plano de recuperação", afirmou a AgroGalaxy.

A companhia entrou com o pedido de recuperação judicial em setembro de 2024, com um passivo de R$ 4,67 bilhões.

Na época, a empresa atribuiu os desafios enfrentados à queda nos preços das commodities, condições climáticas adversas e restrições de crédito, fatores que impactaram sua liquidez e capacidade de geração de caixa, resultando no aumento da dívida líquida.

Recuperação judicial Agrogalaxy

No mês passado, a Agrogalaxy informou ao mercado o adiamento da divulgação dos resultados referentes ao quarto trimestre de 2024 — a nova data de apresentação será em 22 de abril de 2025.

Além disso, a companhia recebeu uma proposta dos fundos Agro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios e Carteira Futuro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios para a aquisição dos créditos a receber pela revenda de insumos.

Os créditos correspondem a dívidas vencidas de clientes, ainda não pagas, representadas por notas promissórias, duplicatas mercantis e outros instrumentos financeiros — a proposta prevê a aquisição desses créditos até 31 de dezembro de 2034, com um valor total de R$ 292 milhões, com base na data de referência de 23 de março de 2025.

O valor total dos créditos existentes, ou seja, das dívidas já vencidas, é de aproximadamente R$ 683,2 milhões, considerando a mesma data de referência.

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