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Agro vê baixo impacto da pandemia nos negócios e avanço digital

Segundo o levantamento, 64% dos 3.048 produtores rurais consultados em 16 estados do país responderam ter apurado um impacto baixo da crise sanitária

Agronegócio: o setor — classificado como atividade essencial — foi um dos menos abalados pela crise (Jaelson Lucas/AEN/Agência Senado)

Agronegócio: o setor — classificado como atividade essencial — foi um dos menos abalados pela crise (Jaelson Lucas/AEN/Agência Senado)

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Reuters

Publicado em 25 de maio de 2021 às 16h54.

Última atualização em 25 de maio de 2021 às 17h13.

A maior parte dos produtores rurais do Brasil sentiu um "baixo impacto" da pandemia de coronavírus sobre seus negócios, e por causa disso mantém planos de investimentos durante a crise sanitária, indicou pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA).

Segundo o levantamento, 64% dos 3.048 produtores rurais consultados em 16 estados do país responderam ter apurado um impacto baixo da crise sanitária, enquanto 11% afirmaram ter sentido impacto médio e 25%, um impacto alto.

"A pesquisa mostra... o que está na mente dos agricultores e criadores neste exato momento em que o Brasil e o mundo ainda são impactados pela pandemia do novo coronavírus", disse em nota o vice-presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos.

O Brasil é o segundo país com maior número de mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em termos de casos, abaixo dos EUA e da Índia. Segundo o Ministério da Saúde, até segunda-feira haviam sido reportados localmente 449.858 óbitos e 16.120.756 casos de coronavírus.

Mesmo assim, o agronegócio — classificado como atividade essencial — foi um dos setores menos abalados pela crise, apoiado por fatores como uma firme demanda por exportações de produtos agrícolas, os altos preços de commodities e uma safra recorde de grãos.

Ainda de acordo com a pesquisa, encomendada pela ABMRA junto à IHS Markit, 86% dos agricultores disseram não ter feito qualquer mudança na administração de suas propriedades, enquanto 78% mantêm os planos de investimentos durante a crise sanitária.

O levantamento também chamou a atenção para o aumento do uso de tecnologias de comunicação no campo. Segundo a entidade, atualmente 94% dos produtores consultados possuem smartphone — em 2017, ano em que a última pesquisa da ABMRA havia sido realizada, esse índice chegava aos 61%.

A oferta de internet no meio rural, por sua vez, atingiu 91% entre os produtores de animais e 88% entre os agricultores ouvidos pela pesquisa. Os conteúdos mais procurados são informativos e previsão do tempo.

A Reuters noticiou na semana passada que, segundo estudo desenvolvido pela Esalq/USP, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do país — estimado em 1,057 trilhão de reais para 2021 — pode crescer até 101,47 bilhões de reais com o aumento da conectividade em áreas rurais pelo modelo telecom.

"Nunca o conteúdo foi tão importante nas mídias digitais... 74% dos produtores usam a internet para se atualizar", disse o presidente da ABMRA, Jorge Espanha.

"O levantamento comprova a relevância do WhatsApp como meio de comunicação digital. Nada menos do que 76% dos produtores usam a plataforma para realizar negócios, o que é uma novidade", acrescentou.

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