EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Agro e Indústria: os próximos passos do governo para o Plano Nacional de Fertilizantes

Primeira reunião do Conselho Nacional de Fertilizante estipula prazo de 90 dias para revisão da política que pretende dimimuir a dependência do Brasil pelo insumo

Reunião foi presidida pelo vice-presidente e ministro do Confert: Vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin e ministros da Agricultura Carlos Fávaro e do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira  (MDIC/Divulgação)

Reunião foi presidida pelo vice-presidente e ministro do Confert: Vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin e ministros da Agricultura Carlos Fávaro e do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira (MDIC/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de junho de 2023 às 13h46.

O governo tem 90 dias para apresentar a revisão do Plano Nacional de Fertilizantes, prazo firmado na primeira reunião do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), realizada nesta quarta-feira, 14. A principal tarefa do grupo reduzir a dependência externa pelo insumo. Hoje, 85% dos fertilizantes usados nas plantações brasileiras são importados e a meta é que esta dependência caia pela metade até 2050.

Em Brasília, o encontro foi conduzido pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin, e teve a participação de Carlos Fávaro, ministro Agricultura e Pecuária, e Paulo Teixeira da pasta de Desenvolvimento Agrário. Também os presidentes da Petrobras, Jean Paul Prates e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, estiveram na reunião do Conselho.

"O Brasil, sendo o grande celeiro do mundo, [é preciso saber] como é que a gente faz para, ao longo do tempo, ir ficando menos dependente, fortalecendo a indústria local de fertilizantes”, disse Alckmin. 

A maior produtora de fertilizantes nitrogenados do Brasil é a Petrobras, por isso a participação da estatal no Conselho. Neste sentido, Jean Paul Prates vem dando sinais de retomar e concluir as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, em Três Lagoas (MS), paradas desde 2019. A expectativa é de que a revisão seja concluída até o fim do ano.

Dependência da importação de fertilizantes

A principal tarefa do Conselho será, justamente, revisar, debater e implementar o Plano Nacional de Fertilizantes, cujo objetivo é reduzir a dependência externa nessa área. Hoje, 85% dos fertilizantes usados nas plantações brasileiras são importados. A meta-síntese do PNF é que essa dependência seja reduzida para algo entre 50% e 55% até 2050.

"A redução, ao menos parcial, dessa dependência externa é um dos objetivos da Política Nacional de Fertilizantes que passa a ser atualizada a partir de agora", disse o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa.

Leia mais:

Em entrevista coletiva, o secretário afirmou que as prioridades e necessidades do país não mudaram, mas ressaltou a mudança no governo. "Até por conta da construção do Plano. Tem que ser agora revisto ouvindo todos e tudo, considerando todos os aspectos, objeções críticas, contribuições acadêmicas, o setor produtivo", afirmou.

Na reunião desta tarde, o Confert também decidiu por criar seis Câmaras Técnicas:

  • Produção de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos;
  • Uso e Aplicação de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos;
  • Assuntos Agrícolas;
  • Cadeias Emergentes;
  • Ciência, Tecnologia e Inovação e Sustentabilidade Ambiental;
  • Assuntos Regulatórios, Econômicos, de Infraestrutura e Logística.

Também foram propostas criação de grupos de trabalho que serão conduzidos pela Embrapa, com a participação da Petrobras, por exemplo. Foram também aprovadas manifestações relacionadas a pautas tributárias.

A reestruturação do Confert, por meio de decreto, foi o primeiro passo dado pelo governo para a retomada do PNF.

Também farão parte do Conselho os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Fazenda; Meio Ambiente e Mudança do Clima; Minas e Energia; além de Embrapa.

O conselho, formado pelo governo, iniciativa privada e sociedade civil, será responsável pela gestão do PNF e é o órgão que poderá fazer resoluções e recomendações ao governo para o cumprimento das metas do plano, assim como buscar sua implementação e monitorar os indicadores de evolução do projeto.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioCarlos FávaroGeraldo AlckminFertilizantes

Mais de EXAME Agro

Sorgo e canola: a próxima empreitada da 3tentos no setor de combustíveis

União Europeia aprova adiamento em 12 meses da implementação da lei 'antidesmatamento'

Enquanto Defesa entra no debate, ministérios do agro devem escapar de corte de gastos