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A Fugini pode aproveitar 3,5% a mais de área plantada — e os drones são os responsáveis

Tecnologia foi desenvolvida junto a um produtor parceiro da marca e, pela primeira vez, os processos de aplicação de inseticida, fungicidas e herbicidas foram realizados em sua totalidade por meio de drones

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h02.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 08h15.

A Fugini Alimentos, líder no mercado de molhos de tomate e milho no Brasil, anunciou nesta quarta-feira, 24, que concluiu um projeto-piloto que utiliza drones nas lavouras de milho doce em Goiás — também conhecido como milho verde, o cereal é cultivado especificamente para consumo humano e o estado é um dos principais produtores do país.

De acordo com a empresa, a tecnologia foi desenvolvida junto a um produtor parceiro da marca e, pela primeira vez, os processos de aplicação de inseticida, fungicidas e herbicidas foram realizados em sua totalidade por meio da tecnologia.

Para combater as diversas pragas, doenças e plantas daninhas que afetam as culturas agrícolas, é comum utilizar o controle químico por meio de pulverizações tratorizadas. No entanto, o método pode resultar no amassamento das plantas por causa dos rodados dos pulverizadores, o que compromete a produtividade da safra, já que plantas amassadas produzem menos ou podem até morrer.

Um estudo elaborado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) avaliou o impacto do amassamento em diferentes fases do desenvolvimento do milho e concluiu que a redução na produtividade pode chegar a 10%, com perdas na qualidade dos grãos, como deformações e menor peso.

Localizada no município de Cristalina, em Goiás, a propriedade da Fugini apresentou resultados positivos, como o aumento da eficiência e qualidade dos alimentos cultivados.

"Foram realizadas 12 aplicações nessa área de milho doce, do início ao fim da cultura. Uma das vantagens da tecnologia é que ela evita o rastro de amassamento que a máquina de pulverização deixa normalmente, resultando em um aproveitamento de 3,5% a mais por hectare", afirmou Marcos Gottselig, coordenador agrícola especialista em milho doce da empresa.

Fugini deve processar 150 mil toneladas de milho neste ano

A expectativa da companhia é expandir o projeto com cerca de 35 produtores que fornecem milho para a empresa — a Fugini projeta processar 150 mil toneladas do milho doce até o final de 2024 por meio de parcerias.

"Investimos significativamente em máquinas e tecnologia de ponta em nossas fábricas, o que nos permite automatizar e gerar maior eficiência nos processos de produção," diz Giulia Ninelli, diretora da Fugini.

Para Paulo Mira, gerente agrícola empresa, o Brasil tem condições especiais para o plantio e processamento do milho doce, que pode ser cultivado durante todo o ano, diferentemente da maioria dos países que possuem safras limitadas. “As expectativas de crescimento são ainda mais promissoras quando levamos em conta a adoção, em larga escala, dessas novas tecnologias”, diz Mira.

Além disso, a planta da companhia em Cristalina é estratégica, segundo Mira, já que a cidade foi escolhida por apresentar a altitude adequada ao plantio do grão, além de contar com os principais produtores do país.

No ano passado, o município ficou entre os 15 principais centros de riqueza do agronegócio brasileiro, ocupando o 11º lugar na pesquisa anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a Produção Agrícola Municipal (PAM), com uma arrecadação total de R$ 5,4 bilhões.

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