Apoio:
Colheita de soja (CNA/Senar/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 16h20.
Um dos principais pilares da economia brasileira, o agronegócio quer ser ainda mais conhecido e reconhecido. Ainda no primeiro semestre deste ano, o setor lançará a marca “Agro do Brasil” — o objetivo é fortalecer a reputação do agro nacional e aproximar o campo da cidade.
“A ideia é apresentar aos brasileiros, que muitos ainda não conhecem, o trabalho dos produtores rurais para despertar admiração e orgulho. Eles estarão no centro de tudo”, diz Ricardo Nicodemos, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agrícola (ABMRA).
A iniciativa foi idealizada pelo Movimento Todos A Uma Voz, com mentoria e apoio da ABMRA. Segundo a entidade, a meta é despertar a percepção do brasileiro sobre o papel e a importância do agro no dia a dia.
O projeto tem como ponto de partida a pesquisa “Percepções sobre o Agro. O que pensa o brasileiro”, que entrevistou 4.215 pessoas com base na metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo revelou que existe uma conexão importante entre os consumidores e os produtos com matéria-prima do campo. Quando informados de que um produto tem origem agrícola, 50% dos consumidores o associam a cuidado, além de outros atributos positivos como qualidade e confiabilidade, afirma Nicodemos.
“Mostraremos o trabalho desses produtores, dessas famílias do campo, que se dedicam diariamente para alimentar as famílias da sociedade urbana”, completa o presidente.
Nicodemos explica que a iniciativa não se trata de um rebranding do agronegócio. “O setor não tem uma marca consolidada para dar esse nome à iniciativa”, afirma.
“Conhecemos o setor, temos os nomes ‘agronegócio’ ou ‘agro’, mas nunca houve um trabalho consistente para criar uma marca que transmita força, tenha valor agregado e funcione como um símbolo de reconhecimento. Hoje temos o nome de um setor, mas não uma marca forte”, explica o presidente.
Com o lançamento da “Agro do Brasil”, a proposta é ir além do setor alimentício. O objetivo é que a marca seja aplicada e franqueada por meio de um selo e QR Code, representando todos os produtos com origem no campo brasileiro, incluindo itens de vestuário e healthcare.
A iniciativa prevê 12 patrocinadores, incluindo indústrias e empresas que operam no agronegócio, montadoras de pick-ups, indústrias alimentícias e associações do setor.
Segundo Nicodemos, o processo de venda das cotas de patrocínio está avançado. “Já temos negociações adiantadas com uma grande indústria de alimentos, um banco e uma montadora de pick-ups. A previsão é de que as primeiras cotas sejam fechadas ainda no primeiro trimestre deste ano”, afirma.